Para quem se interessa pelo teatro moderno, a vida de Antonin Artaud tornou-se um ponto de referência obrigatório. Ele é citado, reivindicado e manipulado pelas principais correntes cênicas da atualidade.
Muitos veem nele a figura inspirada e profética, não só de uma nova dramaturgia, como de um teatro totalmente renovado. É o teatro do corpo, do gesto e do grito com que os contemporâneos de Grotowski e do Living Theatre esperam revolucionar profundamente a arte cênica. Mas, diante de tudo o que já se escreveu e se mencionou a seu respeito, surge uma dúvida legítima: será que Artaud é efetivamente conhecido e seus experimentos e idéias são de fato bem compreendidos?
Neste livro, Alain Virmaux tenta, após uma pesquisa minuciosa, responder às questões essenciais que balizam o universo de pensamento e criação do autor do "Teatro da Crueldade" e que se apresentam muitas vezes obscurecidas pelas complexas e insólitas relações de Artaud com o mundo teatral. Textos e documentos inéditos ou até agora pouco acessíveis completam este trabalho fundamental - primeiro estudo de conjunto em questão.