Em Bem-vindo ao clube, Jonathan Coe - um dos melhores escritores ingleses da atualidade - acompanha o crescimento da direita e a ascensão dos conservadores na Inglaterra, no fim dos anos 70, através da história de quatro estudantes de uma escola em Birmingham e suas famílias.
Sophie e Patrick não se conhecem, mas, de repente, se vêem dividindo uma mesa num café em Berlim. A mãe dela e o pai dele, com quem estavam viajando, foram colegas de escola que, depois de mais de 20 anos afastados, se encontram por acaso nas ruas da capital alemã e saem para recordar os velhos tempos, deixando seus filhos sozinhos. Os dois jovens, reunidos pelas circunstâncias, começam a falar sobre o passado de suas famílias. As recordações de um e de outro os levam de volta no tempo até o ano de 1973, em Birmingham, onde quatro grandes amigos de escola viviam os primeiros anos da adolescência ao som de glam-rock e rock progressivo, com a rotina interrompida por greves intermináveis e sob o medo permanente de atentados a bomba do IRA.
Eram os últimos dias de uma época de mais tolerância, que os anos seguintes veriam murchar com o surgimento de grupos de extrema-direita e a ascensão ao poder da conservadora Margaret Thatcher. Um tempo em que Doug, o filho de um sindicalista, podia ser o melhor amigo de Ben, garoto de família rica. Aos dois juntavam-se Philip e Harding para formar um grupo que, enquanto vivia as primeiras descobertas da adolescência, testemunhava as mudanças que deixariam bem pior o país no qual viveriam seus futuros.
Através de um romance que emociona os leitores, levando-os facilmente do riso às lágrimas, Jonathan Coe, um dos maiores autores ingleses de sua geração, faz críticas e análises inteligentes dos motivos que levaram o Reino Unido à situação econômica, social e política de nossos dias. Escrito com habilidade, muito bom humor e sensibilidade, Bem-vindo ao clube é uma obra-prima que está para a Inglaterra thatcherista como a literatura de Dickens para a era Vitoriana.