Em 2016, encerrou-se um longo ciclo de ilusões na política brasileira. O colapso do "presidencialismo de cooptação" implementado pelos governos petistas desnudou a fragilidade dos avanços sociais e econômicos até então celebrados como inéditos na história do país.
Se a revelação da dura realidade da corrupção generalizada injetou lucidez no debate político, também abriu espaço para o ressurgimento de velhos paradigmas populistas, à esquerda e à direita, que envenenam o debate público. A crise de representatividade e a estagnação econômica apontam para a necessidade de uma profunda renovação nos métodos de fazer política, que passam por transformações éticas, culturais e sociais.
Em Crise e reinvenção da política no Brasil, Fernando Henrique Cardoso rastreia as raízes dos problemas atuais do Brasil para propor, com a costumeira agudeza e honestidade intelectual, uma nova agenda para o país. Baseado em sua longa experiência de intelectual e estadista e em pensadores como Marx e Castells, o ex-presidente mapeia o itinerário a ser seguido no campo de batalha entre as forças do velho e do novo, sem perder de vista os valores de liberdade, igualdade e dignidade.