Afinal, de onde vêm as boas ideias? Essa é uma pergunta que todos gostariam de saber responder. Steven Johnson consegue. O autor, de início, descarta o senso comum de que os grandes criadores já nascem geniais e, isolados em seus estúdios ou laboratórios, concebem as grandes descobertas. E dedica a sua pesquisa inicialmente à biologia, chegando à conclusão de que a evolução depende, mais do que de ambientes propícios para a sobrevivência, de meios em que espécies diferentes entrem em contato. No campo das ideias não é muito diferente.
Traçando a história por trás de quase duzentas descobertas e invenções, o autor comprova que um ambiente conectado, em que intuições circulam livremente, é mais propício para o surgimento de grandes invenções. No século XIX, por exemplo, um cientista projetou uma máquina semelhante aos computadores criados cem anos depois. Naquele momento, porém, o desenvolvimento do artefato parecia impossível, não havia tecnologias disponíveis para que o projeto fosse à frente. O ambiente não era propício para que a descoberta se concretizasse.
Johnson nos mostra, criando paralelos divertidos, inesperados e reveladores, os sete padrões fundamentais dos processos de inovação desenvolvidos pelo homem e pela natureza: as descobertas que surgem a partir de outras descobertas; as redes em que informações se chocam constantemente; as intuições lentamente construídas; as intuições acidentais; o aprendizado a partir dos erros; as invenções de uma área que encontram aplicação em outra; os processos generalizados de sedimentação do saber.
Com as ferramentas presentes nos dias de hoje, qualquer pessoa é capaz de criar algo inovador. É preciso, porém, saber cultivar. Como? Essa é mais uma pergunta que Johnson consegue responder.