Conta-se que Camões enfrentou vários naufrágios em suas navegações pelo Oriente. O mais famoso se deu na foz do Rio Mekong, quando uma tempestade pôs a pique a caravela em que viajava. Na confusão que se seguiu, o poeta deparou com um dilema que atravessaria os séculos: de um lado, sumindo na imensidão das águas, viu a bolsa com o manuscrito d’Os Lusíadas; de outro, gritando por socorro, a sua amada Tin Na Men. A quem salvar? Considerando que hoje o resumo de um dos maiores épicos da literatura universal está em todos os manuais de Língua Portuguesa da Europa, América, África e Ásia, fica claro que Camões ignorou as súplicas da namorada e mergulhou para salvar o manuscrito.
Esse é o ponto de partida de Dinamene, com a importante diferença de que aqui Camões não mergulha para salvar o poema, mas a mulher da sua vida. Conheceremos o poeta em sua dimensão mais romântica, assim como a enigmática Tin Na Men, ou Dinamene, uma habilidosa praticante de Kung Fu que se vê no meio de uma guerra familiar na China do século XVI. A Macau recém-tomada pelos portugueses é o cenário de muitos encontros inesperados: da Língua Portuguesa com as artes guerreiras orientais, dos jesuítas ibéricos com os devotos da deusa A-Má, do mercantilismo europeu com os costumes chineses e de um aventureiro inconsequente com uma jovem destinada a um casamento convencional.
Uma história de amor e aventura cujo pano de fundo é a criação do Poema que forjou a identidade dos portugueses e fundamentou um dos idiomas mais difundidos do mundo.