Neste breve e comovente depoimento, a autora de Averno conta como começou a se interessar por poesia.
Laureada com o Nobel de literatura em 2020 "por sua voz poética inconfundível que, com austera beleza, transforma a existência individual em universal", Louise Glück é capaz de refletir sobre questões muito profundas com estilo acessível e direto. Em seu discurso ao receber o prêmio, ela lembra que começou a gostar de poesia quando tinha seis ou sete anos, numa época em que, sozinha, brincava de promover competições para eleger o melhor poema do mundo.
Ainda na infância, Glück notou que um poema confirma sua força quando o leitor tem a sensação de que a sua participação é crucial para que os versos se realizem. É como se a voz íntima do poeta enfim alcançasse seu destinatário: "Os poemas que mais ardentemente me atraíram ao longo de toda a minha vida são os […] de escolha íntima ou de convergência, poemas para os quais o ouvinte ou leitor faz uma contribuição essencial, como receptor de uma confidência ou de um protesto, às vezes como cúmplice em uma conspiração."