Enquanto Isso Em Dom Casmurro

Enquanto Isso Em Dom Casmurro José Endoença Martins (org.)




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Se ousarmos um pouco, podemos afirmar que, no princípio, era Dom Casmurro a linguagem. Linguagem. Também era o pensamento de Capitu. Romance realista é Caixa de Pandora. Às vezes, personagens como ela dão um basta às amarras e debandam. Buscam outros ares. Outras histórias. Ela acabava de debandar. Se ousarmos ainda mais, podemos desejar que, agora, é Enquanto isso em Dom Casmurro a linguagem da linguagem. Capitu já se encontrava na nova história. Proferia as primeiras palavras. Sujas. Para sentir o efeito da linguagem na voz própria, e ouvidos. “Merda. Que vidinha de merda essa minha.” o ensaio verbal agradara à autora. A linguagem tinha carne, energia, vida. Tinha mais, muito mais, que Machado de Assis. Esta cidade já foi negra, bem negra. Tão negra como a negritude da louca Bertília, do vereador Badias, do Príncipe Negro. De outros negros, muitos outros negros. Tantos negros. Mais negros que Machado de Assis. A alma é negra. Que ela volte, então. A louca negra alma de Bertília voltará.





Enquanto Isso Em Dom Casmurro

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