Em época de profundas transformações comportamentais, com uma crescente diversidade nos modos de viver e conviver, as disciplinas sociais enfrentam, mais do que nunca, o desafio de elaborar teorias cuja capacidade de explicar fatos possa ser aferida em termos de sua cientificidade. Diante de situações especialmente complexas, como a do estranhamento entre modos de perceber e viver que fomentam polarizações, é cada vez maior a necessidade de contar com teorias sociais comprovadamente científicas. Este livro trata da problemática da cientificidade e da atenção especial que recebeu de um de nossos maiores sociólogos: Florestan Fernandes. As críticas feitas neste livro a seu modelo de ciência se fazem acompanhar do reconhecimento do quanto sua obra foi importante para combater a tendência, enraizada na tradição do pensamento social brasileiro, a teorizar sem mostrar preocupação com os crivos capazes de atestarem a credibilidade dos resultados alcançados. As tantas teorias sociais precisam ter suas divergências explicativas cientificamente arbitradas para que deixem de gerar a impressão crescente de que renunciam ao entendimento dos fatos em prol da assunção de posicionamento político-ideológico.