Em “Fragmentos filosóficos de horror”, Luiz Felipe Pondé – autor de diversas obras de cunho questionador pelas vias de temas por vezes controversos – nos leva a refletir sobre o horror que se desprende da realidade, quando nos arriscamos a conhecê-la para além das sombras da ignorância.
Tais sombras, por sua vez, não se encontram apenas na realidade, mas fazem parte de nossa própria experiência humana no mundo em que vivemos.
O tema do horror, enquanto um conceito unificador de diferentes problemáticas, transita em vinte e cinco ensaios e crônicas, que descortinam os fragmentos escondidos na religião, na psicanálise ou nas discussões filosóficas.
É também por meio do horror que Pondé acessa a política, a democracia e a estupidez, além de apresentar a defesa de uma medicina tão dramática e horrorosa quanto pode ser a filosofia.
Os textos pressupõem, ainda, a descrição apressada que fazemos da vida, da deformação, do miasma ou do amplo espectro de ansiedades e dissonâncias provenientes da incerteza ou da busca pela objetividade.
Escrito para leitores e leitoras que se permitam avançar por paisagens aterrorizantes, como sugeriu H. P. Lovecraft em uma das epígrafes deste livro, “Fragmentos filosóficos de horror” compõe um percurso fundamental para sermos capazes de viajar muito longe, para além das ilhas de ignorância plácida que nos circundam.