LADY SUSAN, o romance epistolar de Jane Austen, nunca recebeu muita atenção dos leitores em comparação com os seus outros seis romances maiores, principalmente por ser uma obra curta. Os estudiosos de sua obra estimam que tenha sido escrito entre os anos de 1793 e 1794, quando a jovem escritora encontrava-se em seus últimos anos de adolescência. Representa um hiato na totalidade da obra de Jane Austen por se caracterizar como um estudo sobre uma mulher adulta, que usa sua inteligência e charme para manipular, trair e abusar de suas vítimas, sejam elas, amantes, amigos ou mesmo membros de sua família.
Escandalosamente divertido e artisticamente melodramático, LADY SUSAN é um romance quase esquecido dentro do conjunto da obra de Jane Austen, menosprezado pela comparação com os seis romances maiores publicados pela escritora. Uma vez que poucos romances podem superar ou se equivaler às obras-primas de Jane Austen, LADY SUSAN deve ser aceito pelo o que realmente é: uma peça encantadora e muito divertida, elaborada por uma jovem escritora que não apenas nos apresenta personagens interessantes e provocantes, mas que também nos revela sua compreensão inicial das maquinações sociais através de uma linguagem muito requintada.
Seu maior desafio parece residir nas limitações do formato epistolar onde a narrativa é revelada gradativamente através da perspectiva de uma pessoa e, em seguida, através da reação e resposta do outro, o que não permiti a energia do diálogo direto ou a variação de descrições de cena ou arredores. Dadas suas limitações narrativas ainda é uma joia brilhante; inteligente, engraçado e intrigantemente mal intencionado.
Um romance magnificamente trabalhado, apresentando os costumes e os modos do período da Regência inglesa que irá deliciar os entusiastas de Jane Austen com sua sagacidade e elegante expressividade.