"A Lira dos Vinte Anos" é um conjunto do que há de melhor da produção de Álvares de Azevedo. A obra, estruturalmente, divide-se em três partes com duas temáticas. A primeira e a terceira seguem os temas da adolescência: o sonho, a religiosidade, a obsessão pela forma feminina. A segunda, no entanto, traz o irônico, o "satânico", o erótico, carnal.
A primeira parte é composta por 33 poemas. O prefácio tem epíteto sugestivo de Bocage. "É uma lira, mas sem cordas; uma primavera, mas sem flores, uma coroa de folhas, mas sem viço... são as páginas despedaçadas de um livro não lido..."A segunda compõe-se de 14 poemas, também iniciado por um prefácio: "Aqui dissipa-se o mundo visionário e platônico. Vamos entrar num mundo novo, terra fantástica, verdadeira ilha de D. Quixote, onde Sancho é rei..."Finalmente, trinta poemas formam a terceira parte do livro, sendo, então, ao todo, 77 composições.A "Lira dos Vinte Anos" foi publicada em 1853, um ano após a morte do autor, organizada por Domingos Jacy Monteiro a partir de anotações esparsas de Álvares de Azevedo.