A filosofia é hoje possível na plenitude de sua ambição . A filosofia mesmo, tal como a entendia Platão. O que acarretou seu eclipse no século XIX, foi ela ter-se identificado, "suturado", de cada vez, a um só dos campos em que se põe, para além do saber, uma verdade: o científico (positivismo), o político (marxismos), depois, com Nietzsche e mais ainda Heidegger, o poema. Ora, as matemáticas, a poesia, a política como invenção e o amor como pensamento são mesmo quatro condições da filosofia: mas todas as quatro são requeridas, a filosofia sendo esse pensamento único que lhes dá acolhimento e abrigo.
O programa é então o de uma restituição do pensamento filosófico ao espaço completo das verdades que o condicionam. Donde as questões centrais que qualquer filosofia se coloca hoje: o Sujeito, uma vez que não podemos manter a categoria do objeto, arruinado com o objetivismo; o Dois, uma vez que não podemos nos satisfazér com o esquema dialético; enfim a função do indiscemível, ponto onde se dá a reexaminar a relação entre linguagem e pensamento.