A vida de Marina era maquiada por seus medos e preconceitos. Para ser socialmente aceita na universidade onde cursava Psicologia, na cidade do Rio de Janeiro, Marina construiu uma personagem de classe social superior à sua. Este foi apenas o primeiro muro que aprisionou a protagonista. A chegada de um sedutor pesquisador alemão na sua universidade, a amizade com Paula, a convivência com a interessantíssima Dona Helen e a complexa relação com sua mãe entregam a Marina ferramentas com as quais ela pode derrubar seus muros ou construir novos.
É através de referências literárias, culturais, musicais e arquitetônicas que Simone Barata passeia entre Rio de Janeiro e Berlim, na década de 1980, sem deixar de fora fatos históricos que marcaram a época e impactaram diretamente na vida da protagonista, em um texto que não poupa temas necessários, urgentes e atuais. Muros é um convite à reflexão sobre o poder que temos para construir ou destruir barreiras pessoais e uma lembrança de que os muros aprisionam, segregam, delimitam, mas também podem proteger.