O livro resulta de uma série de debates em torno do tipo de vínculo estabelecido entre as sociedades coloniais e a monarquia portuguesa. Os diversos autores ressaltam, cada qual à sua maneira, a importância da capacidade organizacional dos grupos que se espalharam progressivamente pelo ultramar português. Esses grupos não apenas reiteravam o poder e a autoridade da coroa, mas estabeleciam entre si vínculos próprios. Essa constatação permitiria, segundo os autores, criticar a leitura binária das relações sociais vivenciadas entre o reino e a colônia, insistindo numa ideia de corpo social e monarquia corporativa para os quais era fundamental a autonomia dos poderes locais.