Foi na cidade de São Paulo, no ano de 1979, em uma esquina que desembocava na Avenida Paulista, que a vida de Beth começou a se transformar em folclore. Por ter crescido em um ambiente que sufocava suas vontades, Beth desenvolveu um gigantesco medo da vida. Ela a observava de longe, tendo a plena certeza de que todas aquelas cores a destruiriam caso a tocassem sem querer, até uma dessas cores, pigmentada por caos e incertezas, tropeçar em seus pés durante uma manifestação estudantil.
Por mais que Beth temesse mudanças, ela sabia que sua vida permaneceria a mesma se não parasse de olhar para o sol e enfrentasse o espelho.