Título-chave no contexto surrealista e narrativa mais importante de André Breton, formando uma trinca com Les vases communicants (1932) e L'amour fou (1937), este romance, escrito em 1928, encena o encontro entre realidade e fantasia, característica desta vanguarda.
Num local frequentado por prostitutas e cartomantes, o narrador mergulha na convivência efêmera e tumultuada com a personagem-título, em meio ao labirinto urbano parisiense. Nadja, uma encarnação contemporânea do enigma e do mito, representa o princípio de liberdade em forma feminina e uma porta para além da banalidade. A atmosfera onírica registra os fragmentos do dia-a-dia em imagens produzidas a partir de destroços da realidade imediata, que buscam a correspondência dos objetos cotidianos com o mundo interior.
Esta edição brasileira tem tradução cuidadosa de Ivo Barroso, traz apresentação de Eliane Robert Moraes, além de fortuna crítica, incluindo ensaios de Walter Benjamin e Maurice Blanchot, e bibliografia específica.