O Anticristo, escrita em 1888 e publicada em 1895, é uma das mais ácidas críticas de Nietzsche ao cristianismo. Vide a frase mais famosa: "O evangelho morreu na cruz". O título original, Der Antichrist, pode significar tanto O Anticristo quanto O Anti-cristão. Ele não se baseou na figura bíblica do Anticristo.
Ao contrário do que se pensa num primeiro momento, Nietzsche não focou sua crítica em Jesus, mas no cristianismo. Ele faz diversas menções bíblicas e históricas evidenciando a deturpação provocada por Paulo de Tarso e, mais tarde, pelo catolicismo. Não obstante, critica também Lutero, sobre o qual afirma ter perdido a grande oportunidade de evitar a decadência alemã.
Sobre o budismo, ele afirma ser a religião do nada, na figura de Buda, o que se abdicou de tudo o que era humano. Contudo, ele predica que o budismo é ruim, mas salienta que o cristianismo é um mal ainda pior, pois tenta elevar os chandala (termo hinduísta para designar a pária, casta inferior).
É notável, entretanto a comparação que faz entre os livros sagrados cristãos, e o Código de Manu, de origem brâmane. Considerando, a segunda, demasiado superior e que: "esta sim pode ser considerada uma filosofia" (sic.).
Dentre as outras citações que faz em seu livro destacamos, positivamente para Fiódor Dostoiévski e Goethe e depreciativamente para Kant e os já aponta.
Ele afirma em seu prólogo:
"Este livro é para os espíritos livres, pois só estes o compreenderão"