"Seis Contos da Era do Jazz e Outras Histórias", escrito em 1922, reúne os mais emblemáticos contos do consagrado escritor norte-americano, na tradução de Brenno Silveira, que assina, ainda, o estudo introdutório. "Era do Jazz", o nome dado por F. Scott Fitzgerald ao momento de frenesi vivido nos EUA, principalmente, e também na Europa pós-Primeira Guerra, significava muito mais que música. Toda uma geração aturdida pelas lembranças e dificuldades dos anos anteriores parecia querer aproveitar cada momento como se fosse o último - e mal sabiam que toda a euforia da década acabaria com a crise de 1929. Nos anos de 1920, a rigidez dos costumes se flexibilizava, as mulheres chegavam ao mercado de trabalho e tornavam-se mais independentes, anunciava-se uma época de modernidade, velocidade, com seus automóveis e, ao som de jazz, intelectuais produziam em meio a intermináveis festas, com uma criatividade que transformaria o panorama mundial das artes.
Seja na fantasiosa história de Benjamin Button, seja nos outros contos, verossímeis, o autor expõe não apenas essa intensidade que marcou sua época, sua vida e sua literatura: narra as vidas de seus personagens - homens bem-sucedidos, boas-vidas, maridos e mulheres insatisfeitos, os então recentes estudos de psicanálise - com cuidado de historiador e talento de ficcionista, consagrado por seus romances O grande Gatsby e Suave é a noite. A vida e a obra do autor misturam-se, não raro encontraremos traços do próprio Fitzgerald, da esposa Zelda e dos amigos nas histórias. É que, como disse o próprio: "Todos os meus personagens são Scott Fitzgerald, até as mulheres são Scott Fitzgerald."
Além de "O curioso Benjamin Button", o livro traz "O boa-vida", "As costas do camelo", "Tarquínio de Cheapside", "Ó feiticeira ruiva!", "O resíduo da felicidade", "O conciliador", "Sangue ardente, sangue-frio" e "A soneca de Gretchen".