Na década de 1920, aventureiros de todo o Brasil rumaram para a remota região do rio das Garças, no Mato Grosso, atrás do sonho de fazer fortuna no garimpo de diamantes e ouro. Inspirado nesse fato, Monteiro Lobato escreveu O garimpeiro do rio das Garças, livro infantil que permanece desconhecido do grande público e foi editado pela última vez em 1993, há quase 20 anos. A nova edição lançada pela Globinho resgata essa preciosidade da bibliografia do pai da literatura infantojuvenil brasileira. Com linguagem coloquial e elegante, em tom de fábula recheada de humor, a trama acompanha o matuto João Nariz, que vende tudo o que possui e parte para o Mato Grosso disposto a fazer fortuna. A seu favor, apenas um olfato poderoso, que João treina para farejar diamantes, além da companhia do fiel cãozinho Joli. Na luta para mudar seu destino, o garimpeiro precisa enfrentar uma série de desafios – entre os quais, o embate com dois cangaceiros que sonham em se tornar condes. Na primeira edição desse livro, a obra, que não tem vinculação com o Sitio do Picapau Amarelo, se assemelhava a uma história em quadrinhos e apresentava ilustrações do artista alemão Kurt Wiese. Não se sabe se Lobato escreveu a história a partir dos desenhos, se Wiese ilustrou a partir do texto, ou se texto e imagem se desenvolveram simultaneamente. A nova edição de O garimpeiro do rio das Garças traz ilustrações de Guazzelli, que conferem brilho renovado à história de João Nariz. Com texto de orelha de Marisa Lajolo e prefácio de Cilza Carla Bignotto, este lançamento busca recuperar o lirismo e o humor que a obra anunciava em 1924.