Com esta obra, a 18 de Abril de 1857, raiou para o mundo a Era do Espírito. Nele se cumpria a promessa evangélica do Consolador. Dizer isso equivale a afirmar que O Livro dos Espíritos é o código de uma nova fase da evolução humana e sobre ele se ergue todo um edifício: o da doutrina espírita. Ela é a pedra fundamental do Espiritismo, o seu marco inicial. O Espiritismo surgiu com ele e com ele se propagou, com ele se impôs e consolidou no mundo.
Das formas incongruentes a aterradoras da Bíblia, passamos ao equilíbrio clássico do Evangelho e, deste, à libertação espiritual de O Livro dos Espíritos.
Cada fase da evolução humana se encerra com uma síntese conceitual de todas as suas realizações. A Bíblia é a síntese da antiguidade, como o Evangelho é a síntese do mundo greco-romano-judaico, e O Livro dos Espíritos a do mundo moderno.
Até a publicação desta obra, os problemas espirituais eram tratados de maneira empírica ou apenas imaginosa. Com ela, o espírito e seus problemas saíram do terreno da abstração, para se tornarem acessíveis à pesquisa experimental. O sobrenatural tornou-se natural. Tudo se reduziu a uma questão de conhecimento das leis que regem o Universo.