Poeta das Antilhas, prêmio Nobel de literatura de 1992, Derek Walcott escreveu um poema destinado a permanecer entre os mais belos e instigantes deste século.
Em Omeros, se o mar e os negros pescadores de Santa Lucia fornecem a matéria-prima, um vasto arsenal de imagens, ritmos e texturas tropicais, são os arquétipos da Ilíada e da Odisseia, as personagens míticas de Aquiles, Helena, Heitor e Filoctete (além do próprio Homero, encarnado num pescador cego, de nome Sete Mares), que definem as linhas mestras do poema.
Misto de poesia, mito, romance e roteiro de cinema, Omeros é também uma meditação sobre questões cruciais do mundo contemporâneo, como a destruição da natureza, a identidade das minorias e o desenraizamento individual e coletivo.
Das raízes mediterrâneas aos grandes autores da língua inglesa, passando pelo patois crioulo das Antilhas e os sons africanos que pulsam até hoje nas margens do Caribe, este é um canto universal, que funde de modo magnífico o encontro de raças, línguas e culturas que se deu nas praias americanas.