Ela era uma mulher de muitos nomes, também de muitas vidas. A sua preocupação maior, o sonho pelo qual lutou por tanto quanto teve de energias, foi o de elevar a mulher brasileira à plenitude de suas potencialidades humanas.
Dionísia Pinto Lisboa, ou Dionísia Gonçalves Pinto, ou Nisia Floresta Brasileira Augusta, ou apenas Nisia Floresta, como simplificadamente a têm identificado os raros e rarefeitos estudos que a mencionam, morreu fora do seu pais, em 1885.(...)
O Opúsculo Humanitário retorna à sua segunda edição nada menos que 136 anos depois de ter escandalizado as brasileiras e brasileiros dos tempos imperiais. Nele está contida, em sua forma mais elaborada, a tese de Nisia Floresta como educadora feminista e reformadora social. Indiscutivelmente também - descontado o encantamento romântico próprio do seu estilo, a sedução de que era possuído todo o romantismo brasileiro, privilegiadameme coevo de um pais que construía, também de forma romântica, o seu sonho de independência - o arcabouço das idéias de Nísia Floresta será ainda um desafio à contemporaneidade nacional.