É a palavra de uma centena de bispos e pastores sinodais de diferentes denominações cristãs que, pela primeira vez no Brasil, juntos se pronunciam a respeito dos problemas que atingem os pobres do campo. É também uma convocação para que as Igrejas sejam testemunhas coerentes de desprendimento e de solidariedade com os mais pobres e de compromisso com a vida do planeta, a mãe-terra, nossa casa. Esta palavra questiona o modelo de desenvolvimento que, em nome do "progresso", idolatra o mercado e faz crescer a concentração das riquezas, a devastação ambiental e a violência contra os pobres. E cobra, das autoridades, políticas públicas que, deixando de ser vergonhosamente atreladas aos interesses do latifúndio, do mercado e do capital, passem a visar ao bem comum. Também é uma palavra de reconhecimento e de estímulo aos camponeses e camponesas que põem nas mesas os alimentos de cada dia, que lutam teimosamente pela reforma agrária e que acreditam que "outro mundo é possível".