Quando tinha seis anos, olhei pela janela do meu quarto e vi uma linda borboleta colorida voando sobre os jardins da minha casa. Naquele momento, decidi que desejava ser como ela para poder voar e ser quem eu quisesse, longe das brigas, da sensação de que não pertencia àquele lugar, longe de tudo o que me fazia triste.
Com a idade, percebi que não seria tão fácil quanto esperava, mas não desisti. Enfrentei a ira dos meus pais e deixei para trás um futuro planejado desde a minha infância, que incluía um casamento perfeito, vários dígitos na conta bancária e uma vida sufocante. Minha transformação talvez não fosse visível aos olhos e, tampouco, fácil, mas foi gratificante, e eu sabia que podia contar com o meu irmão para tudo, pois ele sempre me incentivara a seguir o meu caminho sem o peso que o sobrenome Lacerda Garcia trazia.
No instante em que coloquei os pés em Monte Braga, vi que o meu destino estava prestes a melhorar, mas não esperava que esse lugar me trouxesse mais do que a chance de trabalhar com o que eu mais amava. Fugi de uma vida sem amor e respeito para realizar o meu sonho, mas encontrei uma nova razão para viver nos braços de um homem impertinente, quente como as tardes de verão e diferente de tudo o que eu pensava que queria para mim. E ele não apareceu sozinho.
Essa não é uma história qualquer de amor, sem dramas, desafios ou dificuldades; é a minha história de amor, e eu não a trocaria por nenhuma outra história.