Escrito por Saulo Gomes, o mais experiente repórter ativo do chamado "jornalismo de campo e investigação", o trabalho é resultado de oito anos de pesquisa, na fonte, nos bastidores do que, muito apropriadamente, chama de "o nascimento de um mito". Nesse intento, o jornalista contou com a colaboração do Embaixador da Bolívia no México Gary Prado Salmón, que, quando jovem capitão, foi o responsável pela captura do líder da guerrilha. A obra possui o grande mérito de apresentar depoimentos exclusivos de personagens importantes dessa trama. É o caso do tenente que recebeu a ordem para fuzilar o guerrilheiro. Ele rompe um silêncio de 35 anos e fala, pela primeira vez, como foram os momentos finais de Che Guevara e por que aceitou a difícil incumbência. Outro dado inédito revelado pelo autor é o de que a interrupção da "carreira" de um dos maiores líderes comunistas de nosso tempo se deve a uma informação do governo brasileiro, graças à delação de um estudante boliviano. A localização obtida pelo nosso serviço de inteligência movimentou agentes do exército da Bolívia e da CIA, dos Estados Unidos da América, e o resultado, o mundo já sabe.