Nascido em 1948, Ian McEwan é considerado por muitos críticos o melhor romancista de sua geração, na Inglaterra. Em Sábado, ele conta todas as horas de um dia na vida de Henry Perowne, neurocirurgião londrino altamente conceituado. A data é 15 de fevereiro de 2003. O dia de folga do médico será abalado por dois acontecimentos paralelos, um público e outro privado: no centro de Londres se prepara a maior manifestação popular já vista na cidade, com 1 milhão de pessoas nas ruas para contestar a invasão iminente do Iraque; ao mesmo tempo, um banal acidente de trânsito envolvendo o carro de Perowne e o de um homem com graves problemas neurológicos - problemas que Perowne conhece como poucos - trará consequências graves para o médico e sua família. Embora Perowne tente ver o mundo pela lente da razão e da lógica científica, o incidente fará explodir forças brutais que desafiarão suas certezas e todo o seu modo de vida.
Ao apresentar ruas e bairros de Londres com notável realismo visual e sensorial, Ian McEwan retrata com agudeza um momento em que o impacto dos atentados do 11 de Setembro em Nova York repercute na consciência dos ingleses, despertando a compreensão de que sua sociedade é vulnerável. O escritor sabe valer-se do ambiente impregnado pelo temor de novos atentados para conferir aos detalhes triviais do cotidiano uma carga de tensão equivalente à de seus premiados romances Amsterdam e Reparação.
A fim de narrar com precisão as perigosas e delicadas cirurgias cerebrais, McEwan conviveu por dois anos com neurocirurgiões e presenciou inúmeras operações num hospital de Londres.