Elisabete Amália Eugênia, Elise, Lisi ou então, como se tornou conhecida, Sissi, a quarta dos nove filhos do duque Maximiliano na Baviera e da duquesa Ludovica, nasceu na noite de Natal do ano de 1837. Assim como seu pai, a menina preferia a informalidade da vida ao ar livre aos salões e à atmosfera sufocante da nobreza. Enquanto a mãe Ludovica dedicava-se a dar uma educação esmerada a Helena, primogênita e favorita, tida pela família como a mais inteligente e talentosa, a Sissi ela permitia uma rotina desregrada. Mas essa juventude sem limites teve um fim súbito com seu noivado com Francisco José, imperador da Áustria. Sem nunca ter sido preparada para a realeza, ela teve de trocar a liberdade pela rigidez da corte dos Habsburgos.
Os Habsburgos governaram, durante séculos, o maior império da Europa. A família que teve origem por volta do ano de 1020, nos Alpes da Suíça, logo percebeu que as guerras custavam muito caro e, assim, passaram a seguir uma nova estratégia para aumentar seus territórios: o casamento entre membros de diferentes famílias reinantes. Essa política norteou a dinastia pelos quinhentos anos seguintes, fazendo com que, entre os séculos XVI e XVII, sua hegemonia se estendesse à América e, sob o lema “Tudo no reino da Terra está subordinado à Áustria”, uma monarquia global se tornasse a meta. Porém, mesmo que tenha sido por tanto tempo sinônimo de poder e majestade, o nome Habsburgo está hoje intimamente ligado a uma imperatriz que sempre rejeitou seu papel.
Neste livro, que traz informações detalhadas e uma grande variedade de imagens históricas, os escritores e pesquisadores Paulo Rezzutti e Cláudia Thomé Witte guiam o leitor por uma trama real de drama e esplendor, lançando luz sobre os Habsburgos – cuja história se entrelaça à do Brasil – e desfazendo mitos sobre sua integrante mais ilustre e cativante.
A aura romântica do casamento de Sissi com Francisco José, sua beleza lendária e comportamento polêmico, rebelde e à frente de seu tempo a tornaram um verdadeiro ícone cultural. Sua biografia, no entanto, também é íntima da dor – culminando com seu assassinato, aos 60 anos, pelo anarquista Luigi Lucheni, na Suíça, mesmo país onde teve início a trajetória dos Habsburgos.