Uma crítica profunda ao materialismo em favor de uma vida com significado
"Numa cultura em que o objetivo supremo é ter – e ter cada vez mais – e em que se pode falar que alguém
'vale um milhão de dólares', como pode haver escolha entre ter e ser? Pelo contrário, parece mesmo que a
própria essência do ser é o ter; que se alguém não tem nada, não é nada."
Com o surgimento da era industrial, a sociedade se viu diante de uma perspectiva de progresso ilimitado,
com promessas de domínio da natureza e abundância material, além da garantia de liberdade pessoal. A
conquista de tanta riqueza e conforto deveria resultar em felicidade irrestrita para todas as pessoas.
Hoje sabemos que essa realidade não chegou para todos: a prosperidade econômica está concentrada
nas nações ricas, a desigualdade social aumenta cada vez mais e viramos peças na máquina burocrática,
influenciados pelo governo, pela indústria e pelos meios de comunicação de massa por eles manipulados.
Diante desse cenário, ao explorar a dicotomia entre o modo do ter e o modo do ser, o psicanalista alemão
Erich Fromm, um dos maiores expoentes do movimento psicanalista do século 20, nos leva a refletir sobre
os fundamentos da existência humana e nos incita a repensar nossas prioridades e a nos reconectar com
nossa essência mais profunda.
Fromm faz uma original investigação das complexidades da natureza humana, questionando os valores
que orientam nossa vida e as motivações por trás das escolhas individuais e coletivas