A Tragédia burguesa é o enorme painel de um segmento da sociedade e, mais que isso, o perfil psicológico de toda uma geração de adolescentes, que se preparam para a vida no intervalo de duas guerras mundiais. Destaca-se neles o afastamento da religião cristã e a crescente busca de prazeres materiais. Privilegiando a análise psicológica, dando-lhe um realce absoluto, o autor despreza a descrição da paisagem e dos ambientes, a fim de manter a atenção sobre questões de maior relevo, como os embates entre a virtude e o pecado, o Bem e do Mal, oposição consubstanciada, respectivamente, nos personagens Branco Barros e Pedro Borges. Mas, conforme julga, as mazelas da classe social a que pertence – a burguesia – têm como origem um afastamento da religião, a sociedade lhe parece em decadência, o que se verifica no relaxamento dos costumes e da moral, na vida mundana sem Deus, enfim, em vários sintomas que fazem dessa decadência não apenas um fato social relevante, mas uma verdadeira “tragédia”.
Ciclo de 15 romances, a "Tragédia Burguesa" é um vasto panorama da alta classe média carioca nos anos 1930 composta por 15 volumes:
1 – Mundos mortos
2 – Os caminhos da vida (Os Cavaleiros da Virgem – I)
3 – O lodo das ruas (Mundos Mortos – II)
4 – O anjo de pedra (Os Caminhos da Santidade – I)
5 – Os renegados (O Lodo das Ruas – II)
6 – Os loucos (Os Cavaleiros da Virgem – II)
7 – O senhor do mundo (Os Caminhos da Santidade – II)
8 – Atração (Os Malditos – I)
9 – O retrato da morte (Os Renegados – II)
10 – A Montanheta (Os Malditos – II)
11 – Ângela (As Areias do Mundo – I)
12 – A sombra de Deus (As Areias do Mundo – II)
13 – O cavaleiro da Virgem (Os Loucos – II)
14 – O indigno (Os Caminhos da Santidade – III)
15 – O pássaro oculto (Os Caminhos da Vida – II)