Publicado em 1726, Viagens de Gulliver é uma crítica contundente ao homem, suas instituições e seu amor exacerbado pelo poder e pelo dinheiro. Clássico da literatura de língua inglesa, o livro tem o título original de As viagens através de várias e remotas nações do mundo, por Lemuel Gulliver, primeiramente cirurgião e depois capitão de vários navios. São quatro viagens, e em cada uma delas há críticas à Inglaterra do século XVIII e à humanidade em geral.
Nesta edição, apresentamos as duas viagens mais conhecidas, a Lilliput e a Brobdingnag. Em Lilliput, Gulliver encontra homenzinhos minúsculos, diante dos quais ele é um verdadeiro gigante. Os liliputianos estavam em guerra constante com os também minúsculos habitantes de Blefuscu, a ilha vizinha. Brigavam para defender seu ponto de vista sobre o lado certo de quebrar o ovo, o mais fino ou o mais largo – e Gulliver, naturalmente, acaba se envolvendo na guerra, pelo lado de Lilliput.
Em Brobdingnag, inverte-se a situação: os habitantes do reino são gigantes, e Gulliver, agora muito menor que um anão, torna-se um brinquedo e uma atração para o povo, embora fosse bem-tratado e bem-cuidado por todos e tivesse longas e produtivas conversas com o rei.
Num texto cheio de ironia, de sátiras à sociedade da época e à própria vida do autor, o livro questiona e critica os motivos fúteis pelos quais a Inglaterra e a Europa entravam em guerras, a facilidade em dominar os outros quando se é “superior”, física ou economicamente, a utilidade dos exércitos, as guerras, as traições e intrigas palacianas, o governo inglês e seus governantes.