Ensaio sobre a cegueira

Ensaio sobre a cegueira José Saramago




Resenhas - Ensaio Sobre a Cegueira


3404 encontrados | exibindo 136 a 151
10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 |


Raphaela.Bonaretti 07/09/2024

Uma leitura inexplicável
Comecei esse livro esperando algo totalmente diferente e terminei positivamente surpresa e psicologicamente abalada.
Estava imaginando algo mais como a segunda metade do livro pra frente, mas nem só de flores vive um leitor. E essa leitura mexeu muito comigo, em diversos sentidos. Precisei ir lendo pausadamente, até, também, para conseguir absorver todo o conteúdo. É um livro com um peso colossal.
Apesar de ser "curto", é bastante denso, tanto na escrita e nas inúmeras reflexões implícitas, quanto ao desenrolar da trama.
Mas a escrita é surreal, fiz inúmeras marcações!
Como pode em um fluxo de consciência, termos tanta clareza sobre as diferentes vozes sendo narradas? Sempre me pergunto isso. Mas aqui, particularmente, a escrita do Saramago é a melhor de todas as que já li nesse estilo, não fiquei confusa em nenhum momento nem sobre a clareza do texto nem em termos de compreensão, o que é genial da parte do autor. Outras experiências que tive não foram tão positivas como essa.
O início da história me amarrou muito, fiquei curiosa com o que viria a seguir. Depois, na parte da quarentena, meu ritmo diminui consideravelmente, é uma parte muito violenta e grotesca, chega a ser sufocante. A sensação é de que não desenrola, quase como se fossemos nós que estivéssemos aprisionados. E foi nesse pequeno ambiente controlado, quando "ninguém" pode verdadeiramente enxergar, que "vemos" o pior do ser humano. O que o homem não é capaz de fazer, quando acredita que ninguém está olhando? É degradante de presenciar.
Quando os personagens saíram da quarentena, a curiosidade voltou a aflorar e a também a ânsia de acompanhar o sucesso do pequeno grupo formado pela protagonista. Continua não sendo uma jornada fácil, ou menos grotesca, mas, comparado ao restante do enredo, foi uma parte que me proporcionou pequenas emoções de contentamento em meio a todo caos. A parte do encontro com o escritor é sensacional!
E o final é satisfatório, ainda deixou aquela marca de "quero mais".
comentários(0)comente



MariVic 04/09/2024

Esse livro foi uma surpresa mesmo que no começo eu tenha achado a escrita difícil principalmente por estar em português de Portugal.

O enredo é extremamente intrigante e as reflexões de Saramago durante a leitura são ótimas, foi um livro para se ler com calma, com paciência e com coragem, já que há diversos acontecimentos cruéis como, o que mais mexeu comigo, o momento em que as mulheres são estupradas, tive que pausar para digerir tudo e retornar ao livro mais equilibrada.

Sinto que, não absorvi tudo que o autor quis transmitir e sinceramente acho uma tarefa difícil de ser concluída em uma leitura apenas, talvez em uma releitura futura eu absorva mais.
comentários(0)comente



alaninhe 04/09/2024

É um livro brutal, angustiante e misterioso, entretanto, para quem nunca teve contato com a escrita do Saramago (assim como eu) creio que será um livro difícil de ler até engrenar na leitura. Demorei a entender o final do livro, pois ele é muito mais simbólico do que explicativo, enfim minhas considerações finais são: leia se você tiver o estômago forte e não tem preguiça de tentar compreender diálogos extensos que de primeira não fazem sentido.
comentários(0)comente



Fábia 01/09/2024

Inquietante
Ensaio sobre a cegueira é um livro que nos tira da zona de conforto e nos desperta reflexões que permeiam para além da leitura sobre a condição humana, suas vulnerabilidades e o seu lado mais sombrio.
Gosto muito de distopias, pois é um gênero que nos permite pensar sobre a vida se as coisas não fossem como são. E esse livro me impactou de uma forma que vai ser difícil outro superar. Cada capítulo, uma pedrada! Brilhantemente escrito, envolvente, intenso e difícil digerir. Que livro!
comentários(0)comente



Felipe Barone 31/08/2024

?Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem.? - Senhor doutor
comentários(0)comente



Bea Ribeiro 31/08/2024

Quem você é quando ninguém pode ver?
Antes de ler este livro eu não sabia absolutamente nada sobre a história da obra, só que era um clássico escrito por José Saramago, o único autor vencedor do Nobel de Literatura em língua portuguesa, e isto já foi suficiente para eu criar expectativas com a leitura.

A escrita de Saramago tem parágrafos longos, ausência de discurso direto e a presença de muitas vírgulas. Confesso que no início eu tive muita dificuldade, principalmente com as falas dos personagens, pois o autor primeiro apresenta a fala e depois informa quem falou, e como há cenas com muitas pessoas isso complicou um pouco, mas é possível se acostumar. Um recurso que Saramago usa também é o de não nomear os personagens, nenhum personagem possui nome próprio, eles são chamados por alguma característica que apresentam, eu interpretei isso como uma forma do leitor dar ênfase as características e comportamentos dos personagens. Esta edição lida tem palavras em português de Portugal, o que deixou o texto um pouquinho mais difícil de ler, porém manteve a originalidade da obra.

Sobre os personagens, apesar de todos estarem nas ?mesmas condições? eles são diferentes e complexos, cada um apresenta um aspecto humano, como racionalidade, senso de justiça, compaixão, inocência, crueldade etc. É natural odiar e amar os personagens.

Admito que algumas vezes eu tive que pausar a leitura, fechar o livro, colocá-lo de lado e respirar e respirar e respirar. José Saramago escreveu um ensaio sobre a humanidade. No início ele nos apresenta o desespero que veio junto com a cegueira contagiosa, depois a confusão e pânico com a quarentena desorganizada, em seguida diversas situações de extrema vulnerabilidade que geram agonia, para no fim nos depararmos com a necessidade de reestruturação após vivenciar tanta crueldade.

Quem diria que uma obra que me causou tanta aflição, nojo e raiva, se tornaria uma das minhas obras favoritas? Não é uma obra bonita, não é fácil de ler e apesar de não ser longa, é muito cansativa. Mas é uma leitura, imprescindivelmente, NECESSÁRIA.
comentários(0)comente



becamazieri 30/08/2024

Meu primeiro contato com o Saramago não poderia ter sido melhor. Quanta maestria! Que obra!
Esse foi definitivamente um dos livros mais loucos que já li na vida.
Extremamente realista e angustiante. Um soco no estômago.
O melhor e o pior da raça humana retratados por meio de uma alegoria fascinante.
Recomendo ardentemente!
comentários(0)comente



Thiago548 29/08/2024

"Sofra" com Saramargo.
Ensaio sobre a Cegueira desafia o leitor a refletir sobre a condição humana, sobre o que nos faz humanos e sobre o que acontece quando perdemos a humanidade. No fim das contas o autor consegue o que deseja: fazer com que o leitor "sofra" tanto quanto ele sofreu para escrever a obra.

"Dentro de nós há uma coisa inominável, essa coisa é o que somos."
comentários(0)comente



JCaruzo 29/08/2024

Se livro bom é aquele que constantemente volta em sua lembrança, José Saramago definitivamente escreveu um bom livro!

E se todos ficassem cegos? Esse é o ponto de partida. Parece simples, mas o resultado é sofrimento, realidade nua e crua na nossa cara. Saramago afirmou que a intenção era fazer o leitor sofrer o mesmo tanto que ele sofreu escrevendo.

Uma epidemia de cegueira assola uma sociedade, mas não é uma cegueira comum, é chamada de ?cegueira branca?. Alguns personagens chegam a descrever como se estivesse envolto em um mar de leite. A princípio, todos ficam convencidos de que é uma doença adquirida por contato, pois os primeiros personagens a apresentar a ?cegueira? se encontraram em um consultório de oftalmologia, o próprio médico é afetado.

Logo o governo entende como risco biológico e quarentena o grupo afetado em um manicômio desativado, e lá dentro o terror começa. O grupo é acompanhado bem de longe, com nenhum contato externo, só abrindo as portas do manicômio para jogar comida para dentro, sem muita preocupação com a organização dos cegos. Até encontrar o banheiro se torna um desafio quase impossível. O local vai ficando cada vez mais insalubre com a chegada de mais e mais contaminados, a sujeira se espalha e o cheiro quase pode ser sentido por nós.

E então o autor nos faz uma outra pergunta que vai nortear o enredo: E se nessa sociedade, apenas uma pessoa continuasse com visão?? Neste caso, a esposa do oftalmologista é a única pessoa que consegue enxergar esse mundo de horror, e ela é fator decisivo para a sobrevivência do grupo nesta nova sociedade em que as pessoas voltaram ao seu estado mais primitivo. Através dos olhos dela que vamos nos chocar o quão baixo a humanidade pode chegar.

Por muitas vezes precisei dar um tempo para digerir tudo aquilo! É uma leitura pesada, com momentos bem ?gráficos? que precisa de um certo estômago para não desistir.

Recomendo muito a leitura, mas em um momento bom de vida, pois esse livro vai tratar de pontos bem sensíveis de forma bem crua, como a humanidade realmente é!
comentários(0)comente



talzhatd 29/08/2024

Ensaios sobre a cegueira
O livro começa de modo muito singelo ao trazer um homem cego no trânsito, e cresce de maneiras que em nenhuma possibilidade eu poderia imaginar. É um livro que mudou a minha percepção de vida, jamais verei o mundo da mesma forma depois de ler o que li. São tantas nuances, tratadas de maneira tão profunda e chocante que essas ainda ecoam em meu pensamento.

O livro trata do ser humano como o ser indescritivelmente único que ele é, ao mesmo tempo que o animaliza da maneira mais cruel, desgostosa e absurda. E ao mesmo tempo ele consegue ser delicado em expor a sinceridade, voracidade, e singularidades dos mesmo - em principal dos protagonistas. Personagens reduzidos aos itens que usam, às profissões, ou aos seus atos, personagens que não possuem nome, mas possuem uma história aterrorizante e detalhada das suas emoções e motivações. Na minha opinião a mulher do médico é a personagem maia profunda que já li, é impossível não sentir as dores e a força dela.

Chorei muito com o capítulo final, foi emocionante como nunca pensei ser, pois era algo que jamais esperei. Um livro que supriu todas as expectativas que tinha, e superou-as. Nunca esquecerei as palavras que tive o privilégio de poder ler.
comentários(0)comente



eduuardaprado 28/08/2024

Ensaio sobre as cegueiras é mais que uma experiência literária, é uma experiência social.

"Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem."
comentários(0)comente



Alexandre.Colpo 28/08/2024

Memórias da pandemia
"dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos"

Saramago na sua escrita intrigante e detalhada trás em "Ensaio sobre a cegueira" personagens sem nomes, numa cidade que não sabemos qual, quase que transpondo a sua narrativa a realidade, pronta para ser aplicacada a qualquer lugar, em qualquer sociedade.

Uma epidemia de "cegueira branca" sem explicação atinge uma cidade, onde o governo não ve outra opção a não ser colocar os então infectados em quarentena num antigo sanatório. Saramago escolhe seus personagens principais protagonizados pela "mulher do oftamologista" que, em meio a cegueira total, é a única que por motivo desconhecido ainda pode ver.

Em quarentena no sanatório, guardado pelo exército, o mal do homem vem a tona, mostrando seu lado animalesco e selvagem, ignorando quaisquer resquícios de humanidade, evidencia uma sociedade em colapso.

A história segue, onde a protanisma que consegue ver narra e guia seu grupo em busca da sobrevivencia.

Inevitavel num pós pandemia de covid-19 não identificar padrões sociais e humanos de um evento sem precedentes.

A obra é uma critica nitida a vida real, onde uma sociedade cega ignora tantas mazelas, onde as vezes parece que somos os unicos a ter a visão, mas quem somos sozinhos em meio ao mundo cego?

De fato, termino essa leitura sem saber se posso ver ou se sou mais um cego entre todos.
comentários(0)comente



vitorialeite 27/08/2024

10000/10
Esse é o livro mais pertubador e bizarro que já li, e ao mesmo tempo o mais sensível e genial. Demorei um tempo pra processar tudo que eu senti e vivi nessa leitura. Sim, vivi, pois em muitos momentos eu sentia que estava imersa, vivendo todas aquelas sensações de medo, desespero, tristeza, nojo, raiva, esperança. Não é um livro pra ler em poucos dias, é preciso tempo pra digerir.

O autor traz, através de um tema bizarro, quase distópico (uma epidemia de cegueira) ensinamentos valiosos e questões fundamentais a respeito da humanidade. E afinal, que humanidade? A alegoria da cegueira aqui é muito certeira, pois em muitos momentos estamos cegos para o mundo além de nós, só enxergamos as nossas próprias necessidades e nos recusamos a ver o que precisa ser visto (as injustiças, as ignorâncias, a crueldade etc). É preciso muitas vezes chegar a situações extremas para que possamos nos conectar novamente uns com os outros, nos enxergar e ver aquilo que está diante de nós.

Enfim, é um livro que me causou muitas reflexões e traz tantas camadas que é impossível descrever em poucas linhas.

É leitura obrigatória!
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Mateus.Marques 27/08/2024

Me banhou num mar de leite
Uma história intrigante, estranhamente similar a muitas distopias oriundas do cinema americano, mas feita por um autor português, realmente não era o que eu esperava ao ouvir falar de José Saramago. Incrível como os personagens, além de cegos, todos sem nome, conseguem conduzir tão bem a narrativa, me fazendo torcer e me emocionar com cada um deles. Porém devo admitir que a escrita densa aliada ao dialeto português e ao estilo de pontuação de Saramago dificultaram um pouco minha leitura.
comentários(0)comente



3404 encontrados | exibindo 136 a 151
10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR