Aisha Andris @AishandoBooks 13/07/2020
Uma leitura leve e rapidinha, mas este mocinho me deu nos nervos
“Um Casamento Indesejado” nos traz a história de Rebecca Halloway, uma jovem que sofreu a vida inteira com o desprezo das pessoas por conta de seu peso e por seu hábito de falar demais. As únicas pessoas que sempre a amaram e a trataram bem foram sua criada Isaura (melhor personagem ever) e seu pai, por isso a morte dele doeu tanto nela.
Rebeca não tinha a esperança de encontrar um esposo, porém o rei acorda o casamento dela com Roger Konnor, um de seus maiores guerreiros, que se destacou em batalha. A jovem se encanta com a bela aparência de seu noivo e acalenta a esperança de que ele se agrade dela, mas basta um olhar para perceber que o novo conde a vê da mesma forma que os outros sempre a olharam, o que lhe provoca grande sofrimento e a faz temer por seu futuro. No entanto, a convivência com a esposa faz com que Roger comece a desejá-la cada vez mais, porém ele não está disposto a admitir isso nem para si mesmo e menos ainda para os outros. E quando ele abrir os olhos para o tesouro que tem em casa, pode ser que seja tarde demais e já a tenha perdido…
Esta foi minha primeira experiência de leitura com a Cici Cassi, e eu gostei muito da escrita leve e fluida da autora (ela usa uma linguagem simples e fácil de entender, sem nada de rebuscado). Eu li o livro rapidinho e nem senti o tempo passar. Outra coisa que curti bastante e, inclusive, foi o motivo de eu me interessar pelas obras da autora, é o fato de ela criar histórias com mulheres plus size, trazendo, de certa forma, uma representatividade aos romances, que no geral costumam trazer personagens femininas no padrão de beleza (até quando querem fazer uma que seja considerada “feia”, preferem botar óculos e cabelo cacheado. Ai, odeio este clichê!). Só que também tenho uma ressalva a fazer quanto ao livro.
O Roger é um personagem que me irritou muito, mais por ser fraco do que por ser efetivamente um babaca. Ele não demorou a gostar da Rebeca e ver que era, sim, uma mulher linda, mesmo que fora do padrão (a autora tomou a liberdade criativa de levar o nosso padrão estético pra época retratada), só que tinha vergonha de admitir isso e ser ridicularizado por seus soldados, por isso fingia desdenhá-la em frente a eles ao mesmo tempo em que se rendia ao desejo entre quatro paredes. E o pior, obrigava a Rebeca a tolerar a presença da amante, uma mulher que Roger só tolerava por sua grande beleza causar inveja aos demais homens, já que desde o início fica claro que não sente nada por ela. Eu confesso que, a certa altura da trama, cheguei a shipar a Rebeca com o inimigo do nosso mocinho; ao menos ele não teve vergonha de admitir que a desejava. Só não me irritei mais porque o Roger não chegou a trai-la de fato, tudo ficou apenas nas aparências.
O final da história foi bem movimentado e interessante, com algumas cenas de ação e o Roger finalmente se rendendo ao amor que sente pela esposa, após ela (aleluia!) dar uma boa canseira nele.
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