Samara MaiMa 26/07/2011Uma das coisas que gosto muito hoje em dia é assistir à série House. Sempre fui fã de temas relacionados com medicina. Robin Cook é um dos escritores mais associados ao “suspense médico”, chega a ser apontado como o responsável por tornar o termo “médico” como um “gênero literário”. Foi por isso que aproveitei a edição mais acessível ($.$) da BestBolso para conhecer o autor, sem saber que estava, sem querer, escolhendo seu primeiro romance para ler.
Essa é uma edição pocket, relativamente leve apesar das 420 páginas. A capa é honesta mas o papel é muito mais frágil do que capas de livro com orelhas, tanto até que a minha rasgou um pouco com o manuseio (T_T). A mancha gráfica é agradável, tem uma boa margem interna que permite que você leia sem ter q arregaçar o livro, que tem um lombada bem grossa. Minha única ressalva é para fonte usada para o texto, que é quase uma Times New Roman e fica cansativa/chata em uma leitura muito longa.
Em Coma acompanhamos Susan Wheeler, uma estudante universitária da década de 1970, época que segundo o autor as mulheres não eram bem vistas/quistas nas faculdades de medicina.
Susan acabou sendo um personagem improvável para mim. Linda, consciente de sua beleza, inteligente, que se sobressai em sua turma e que se vê como um ser assexuado. E isso, a falta de identidade “feminina”, é um ponto interessante no começo do livro. De forma que para se afirmar como futura médica, Susan tivesse que abdicar de ser mulher.
Enfim, nossa heroína acaba se tornando uma detetive de ocasião, um tipo de personagem que costumo gostar muito. Os pacientes do hospital onde está estagiando, que são enviados para o centro cirúrgico, acabam tendo complicações durante a cirurgia e entram em coma. Susan acha estranho a quantidade de pessoas que não sobrevivem à procedimentos simples e decide, com seu conhecimento de dois anos de medicina (O.O), descobrir o que pode estar acontecendo. (Isso foi uma coisa que me deixou com a pulga atrás da orelha. Com dois anos de estudo de medicina uma pessoa consegue diagnosticar alguma coisa?)
A história toda se desenrola em três dias, no início dos capítulos estão descritas a data e hora dos acontecimentos. Lá pelas tantas eu já estava pulando essa informação para seguir adiante com a história.
Não posso dizer que gostei de Susan. Como eu disse, achei difícil acreditar na protagonista e muito em uma história tem a ver com a indentificação. A narrativa em si é muito interessante, envolvente, o texto flui rápido e os momentos de tensão e clímax realmente deixam você grudado no livro (quase perdi a estação do metrô algumas vezes). Mas acho que não é só isso que faz alguém gostar da história.
Susan é corajosa, destemida e inteligente. Auto-suficiente e explosiva até. Em alguns momentos beira a macheza, praticamente a Lara Croft da medicina (em alguns momentos da história ela faz coisas que só estudando na escola da Lara). Mas na hora de juntar as pecinhas do quebra-cabeça da trama ela deixa a gente na mão, ainda mais quando nós leitores juntamos duas falas de personagens e descobrimos tudo. Além disso tem o final que achei muito jogado e nem é da protagonista a glória e os louros.
Quero acreditar que minhas opiniões “negativas” sobre o livro tenham a ver com esta ser a primeira obra do autor. Digo que vale a pena a leitura para conhecer como foi o início da carreira de Robin Cook, mas sugiro não ir com tanta espectativa para o livro. Vou procurar novos títulos do autor e ver como foi seu amadurecimento.
Até a próxima! o/
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