Erika Neves.1 04/01/2020Em Coma, de Robin Cook, acompanhamos a estudante de medicina, Susan, em seu primeiro dia de residência.Logo na sua primeira visita na área dos pacientes em coma, alguém chama a sua atenção: uma jovem com a mesma idade de Susan que entrou em um estado de coma irreversível após uma simples cirurgia de rotina.
Abalada, mesmo sem saber porque, ela continua fazendo as visitas de rotina e ao retirar a amostra de sangue de um jovem e atraente homem, acaba aceitando sair com ele. Só que horas depois, ele, que também ia fazer uma cirurgia simples no joelho, entra em coma irreversível.Isso é suficiente pra deixar Susan com uma enorme pulga atrás da orelha partindo em busca de respostas, que não irão agradar a direção do hospital.
Havia muito tempo que eu tinha lido esse livro e, como sempre, não lembrava de praticamente nada. Mas ao reler, me lembrei pq gosto tanto do autor. O suspense começa aos poucos aparentemente com situações não relacionadas entre si, e de repente descobrirmos horrorizados qual o verdadeiro interesse em colocar os pacientes em coma.Com relação á Susan, não é uma personagem carismática, mas é muito corajosa e destemida, além de enfrentar o machismo diário dentro do hospital. O ponto negativo é a enorme quantidade de termos técnicos,descrições minuciosas e desnecessárias, que pode dificultar para algumas pessoas que não estão habituadas a esse palavreado.Mas esse foi um dos primeiros livros de Robin Cook, então acabei relevando. Outro problema é o final abrupto, que deixa algumas deduções apenas para imaginação, mas essa deficiência ao concluir os finais, infelizmente Robin Cook, mantem até hoje.
Um fato interessante foi o enorme machismo enfrentado por Susan, pelo fato de ser a única mulher entre os estudantes no hospital inteiro e ainda por cima bonita. O livro foi escrito em 1972 e fiquei impressionada com essa situação já que hoje em dia a coisa mais normal do mundo é ver igualmente médicos e médicas circulando pelos corredores de um hospital.
Outra curiosidade é o uso totalmente limitado da tecnologia. Só tinha um computador no hospital inteiro e pra usar era a maior burocracia. Tinha que preencher um formulário com a pergunta a ser feita, então um técnico digitava a pergunta pro computador responder. Dá pra imaginar uma coisa dessas?
De um modo geral gostei muito do livro e recomendo, apenas com a ressalva do excesso de termos técnicos. Mas pra quem gosta de suspenses médicos e/ou de Robin Cook, com certeza é um prato cheio