Canção para ninar menino grande

Canção para ninar menino grande Conceição Evaristo




Resenhas - Canção Para Ninar Menino Grande


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Marta 08/07/2024

“Todas nós estamos sós, mas a nossa confraria não nos deixa sentirmos sozinhas. Somos e estamos umas com as outras.”
Esse livro começa como uma contação de história que tem como elo o Fio Jasmim, um homem negro que na infância nunca foi considerado um príncipe, porque isso era para os meninos brancos e ao mesmo tempo o Fio Jasmim tinha uma referência do pai de muita virilidade sempre rodeado de mulheres e desse ideal de um homem negro viril. Esse livro é mais ou menos sobre o Fio de Jasmim, porém a autora traz para nós uma série de histórias sobre as mulheres que esse homem vai conhecendo ao longo da vida. O Fio de Jasmim é ajudante de maquinista então ele vai viajando por várias cidadezinhas do interior e acaba sempre tendo que ficar um pouquinho nos lugares e como ele é um homem muito bonito chama a atenção das mulheres e sempre se envolve com alguma delas por onde passava um caso sem nenhum compromisso ou envolvimento por parte dele, o que me deixou com um sentimento ruim em relação a ele. Fio Jasmim é casado com Pérola que parece não se importar nem um pouco com as traições do marido e gosta muito de aumentar a prole. No final do livro após fazer algumas reflexões pude perceber que a autora muito mais que contar a história de Fio de Jasmim quis mesmo foi dar voz as mulheres que ele foi deixando para trás. Gosto muito da escrita da Conceição Evaristo e tenho orgulho por ela ser mineira. Recomendo muito a leitura do livro e ele é curto e tem uma leitura que flui. Boa leitura!
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debora-leao 07/07/2024

Demorei para fazer esta resenha pois o livro me marcou. Conceição Evaristo tem algo que só encontrei em Autran Dourado, que é a capacidade de falar dos seus personagens em um campo etéreo, não irreal, mas da fantasia humana presente em nossa psique. Ela não a adentra ou fornece explicações psicológicas; não: Canção para ninar menino grande é uma visão mágica, encantadora e saborosa, leve, que traz conceitos surrados de tão debatidos das humanidades (como machismo, sexualidade, maternidade) com uma luz gostosa, real, empática. Os personagens estão ali para serem reais, em vez de serem gostados ou desgostados. Eles falarão com você. Não importa o que você pense sobre eles. Lembro-me de terminar a leitura de cada capítulo (que falava da história de uma mulher) ansiosa para o próximo na mesma medida que me entristecia pelo fim do anterior.

Aliás, a estrutura narrativa fornece um calorzinho para o coração na medida em que se torna familiar durante o livro: as primeiras páginas contam sobre a mulher que conduzirá o capítulo, e apenas então a história de Fio com ela é esmiuçada. Estas mulheres para comigo, ou conosco, mulheres leitoras do livro, estabelecem empatia, entendimento, para que só então o livro nos mostre as nuances da masculinidade reprimida e exacerbada simultaneamente.

A leitura é rápida e leve, mas saboreei-a com calma. Agradeço muito a experiência. Recomendo a qualquer um que tenha paz de espírito, nem que seja enterrada em algum lugar, para observar por um tempo uma grande autora contemporânea tecendo seus Fios sobre o mundo com realismo e magia, com leveza e amor, com perdão e reprimendas. Adorei.
Vania.Cristina 07/07/2024minha estante
Excelente resenha, Debora!




pfmolotov 06/07/2024

Um livro mediano
Gosto das obras da autora, em especial o método de escrevivência. obras como Olhos D'água e Insubmissas Lágrimas de Mulheres são formidáveis.
Já Canção para Ninar Menino Grande, apesar da temática do machismo de uma perspectiva racializada, é bem mediana. Parece uma obra escrita só por escrever. Sem refinamento, tudo superficial, de tom quase infantil em alguns momentos (nomes da cidades, por exemplo).

Esperava mais .
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Yasmin1290 06/07/2024

Achei muito interessante a forma como a autora conseguiu colocar o protagonista em uma posição secundária no livro e dar a maior visibilidade para as mulheres, para a vida e a história de cada uma. É uma obra linda.
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Dre21 06/07/2024

Colecionador de Amores
O livro narra a história de Fio Jasmim e seus muitos amores (ou quase amores). Ao longo de sua vida, colecionou mulheres como se coleciona roupas, sapatos e outros objetos. Sendo ajudante de maquinista, tinha a oportunidade de viajar pelo Brasil, o que o levava a se envolver com uma mulher diferente em cada cidade e povoado que visitava.

Em "Canção de Ninar para Menino Grande", a autora aborda a sociedade machista em que vivemos, onde o "verdadeiro homem" é aquele que seduz várias mulheres e esconde seus próprios sentimentos e traumas. Demonstrar tristeza, melancolia e até mesmo chorar são vistos como sentimentos limitados à figura feminina, o que não é verdade. Sentir é humano, e todos nós temos tristeza, alegria, medo, raiva, etc. Todos devem ter a liberdade e o direito de expressar esses sentimentos.

Embora ache impossível alguém ser tão irresistível quanto Fio Jasmim, ao ponto de nenhuma das mulheres que encontra conseguir dizer "não" para ele (a única que o fez era é lésbica), consigo entender o motivo das moças caírem em suas graças, pois apesar de diferentes entre si, todas elas (ou a maioria) desejavam um amor, queriam ser amadas, cuidadas e ao se depararem com um homem charmoso, bonito, educado e bom de lábia, acabavam sedendo.

Na história também é dito que o homem ideal, além de se envolver com várias mulheres, deve escolher uma para se casar, aquela que vai cuidar da casa e dos filhos, sempre esperando o marido retornar de suas várias aventuras, obediente e passifica. Nesse caso, quem fez esse papel foi Pérola Maria, mesmo com as pessoas a alertando das atitudes inconsequentes do noivo, decidiu prosseguir com o casamento. Depois de juntos se deparou com várias provas de traições passadas e presentes, mas ainda sim, permaneceu fiel e leal ao esposo, como se chorar e ter filhos fosse seu alento.

Por fim, ao ler, não pude deixar de comparar a escrita de Conceição Evaristo com a de Carla Madeira. Talvez Madeira tenha se inspirado em Evaristo em termos de estilo. Ambas têm uma escrita fluida e poética. A maior diferença é que Madeira tende a usar palavras mais populares (pelo menos em "Tudo é Rio", o único livro dela que li), enquanto Evaristo utiliza termos mais técnicos e cultos, raramente ouvidos em conversas corriqueiras. Tanto Madeira quanto Evaristo trazem personagens que amam conquistar os outros e fazer sexo, mas Madeira foca na figura feminina com essas características, enquanto Evaristo aborda o homem.
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Giovana 05/07/2024

Um grande achado
Já ouvi falar muito bem da autora com referente a outro livro da mesma, mas esse aqui?
Eu simplesmente amei, claro que o personagem principal me deixou com raiva em MUITOS momentos e a esposa era uma coitada.

Gente, super recomendo esse livro. Viva a literatura nacional
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antuan_reloaded 03/07/2024

[6/10]
Fio Jasmim, protagonista da história, é construído a partir de encontros. São corpos femininos diversos que são atravessados por esse homem. Gosto da forma como o narrador conduz a história até pouco perto do final. Em algum momento, esse narrador se perde; o que era onisciência passa a ser algo mais próximo. Evaristo começa a fazer uso da primeira pessoa e não fica muito evidente se foi pensado ou uma falha de percurso. De toda forma, é sempre bom ler Conceição Evaristo, a quem tinha amando bastante com "Ponciá Vicêncio".
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Julio 03/07/2024

A primeira página já diz tudo, é um livro oferecido a todas as pessoas que se enveredam pelos caminhos da paixão. Uma celebração ao amor e às suas demências.
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Karolaine 02/07/2024

Escrevivência de Conceição Evaristo.
A leitura é bastante fluida e rápida. Conceição Evaristo é sagaz ao fixar o leitor em sua vivência e criação, criação e escrita - Escrevivência. O livro fala acerca da complexidade em torno da masculinidade negra. Mas não só. Conta a vida de múltiplas mulheres que estiveram em contato com Fio Jasmim ao longo de um único momento ou de vários momentos na vida. Não tenho muito a escrever na resenha. Gostei da forma que a autora discorre na páginas suas ideias. Porém, a história não me foi tão significativa. Minha nota 4 decorre de tal fato. Entretanto, procurarei ver as resenhas acerca de Canção para Ninar Menino Grande para me aprofundar no que foi proposto pela autora.
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ourderland 28/06/2024

Primeiro livro pós tcc
Finalmente estou lendo algo que não seja artigos e pdfs!!!!!!! obrigada conceição por suas escrevivências
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Bia 28/06/2024

A autora é muito boa, amei a escrita e a leitura é bem rápida. Foi o tema que não me pegou muito mesmo, eu não tive a menor empatia com o Fio Jasmim e não tenho interesse pela vida de homens safados
De qualquer forma acho que vou gostar mais de outros livros da Conceição Evaristo
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Alex 27/06/2024

Decepcionado com o livro.
Decepcionado com o livro. Não recomendo. Conceição, nesse livro, infelizmente, deu muito palco a um homem cretino, enquanto menosprezou as mulheres, a meu ver. Não sei qual foi a intenção dela, mas a mim, as mulheres não saíram valorizadas. Ela quis mostrar a realidade do mundo e foi só o que mostrou, um mundo machista e que sempre põe em um altar o homem enquanto sacrifica a mulher. Não trouxe nada de novo, além de reforçar aquilo que todo mundo já faz: desvalorizar a mulher.

Posso estar enganado com a minha leitura, e espero que esteja mesmo, porque pelo que entendi, o livro foi péssimo.

Se alguém compreendeu diferente, favor me ajude a entender melhor o livro.
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vitorcorreia0 26/06/2024

Conceição evaristo the woman that you are
Leitura preferida de 2024, até agora.
Minha parada favorita de Fio Jasmin é a que ele desce em Naipã e conhece Aurora Correa, a moça nua do rio. Me vi ali e nela.
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Pedro 25/06/2024

Com quantos homens se destrói uma mulher?
Canção para ninar menino grande, de Conceição Evaristo, nos mostra que um único homem pode destruir não só uma mulher, mas várias delas. um único homem pode destruir outros homens também. esse emaranhando de relações de masculinidade que atravessa a vida de Fio Jasmim sem ele sequer se dar conta, começa a partir de seu pai, que provavelmente foi influenciado pelo avô de Fio, e assim sucessivamente. na tentativa de preencher seus vazios existenciais e curar os traumas não elaborados da infância, Fio Jasmim se coloca na posição do galante conquistador do corpo de mulheres - porque assim lhe foi ensinado. o papel de príncipe que lhe foi negado na infância tenta achar um lugar e uma forma de ser conquistado na vida adulta. ele precisa dessa validação, desse amor, desse olhar. Fio Jasmim se dá conta disso? por boa parte da vida não. é simbólico que na única vez em que ele enxerga uma mulher de forma não-sexual, ele consiga perceber o buraco em que ele se escondia e escondia todas as suas emoções. pena que tão tarde, depois de tanto fazer mal pra tantas mulheres que lhe cruzaram o
caminho.

nesse livro, que tem a forma de escrita tão linda que é um espetáculo à parte, Conceição Evaristo nos convida a refletir sobre a relação do masculino com a negritude, a sexualização, o feminino, o gênero, a infância e a vida como um todo. é uma leitura rápida, apesar de eu ter enrolado pra terminar, mas que marca profundamente quem lê.
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fabibas 22/06/2024

Leiam! Pelamor das deusas.

Conceição domina a escrita. Tem uma expressão que ela usa que é genial (?morte preparada?).

São relatos delicados sobre amor, paixão, costumes, companheirismo.

Não tem nada errado com ninguém. Nem mesmo com Fio.
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