Canção para ninar menino grande

Canção para ninar menino grande Conceição Evaristo




Resenhas - Canção Para Ninar Menino Grande


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Bookster Pedro Pacifico 26/04/2023

Canção para ninar menino grande, de Conceição Evaristo
Para quem já leu alguma obra de Conceição Evaristo, um dos principais nomes da literatura nacional, sabe que a potência de suas narrativas está, em boa parte, na força das suas personagens mulheres. Em “Canção para ninar menino grande”, no entanto, temos uma característica que a distingue dos demais livros: a narrativa tem como personagem principal uma figura masculina, Fio Jasmim. Mas, mesmo assim, as mulheres ainda têm papel central na obra, já que a vida do protagonista é contada a partir da perspectiva das mulheres com que se relacionou.

Trabalhando como assistente de maquinista de um trem, a cada parada o personagem conhece novas mulheres que vivem naquelas cidades por ele desconhecidas. E em cada capítulo, encontramos uma história diferente dessas mulheres que se apaixonaram e, de algum modo, foram abandonadas por esse personagem tão marcante.

E o que eu achei muito interessante é que, da mesma forma que a autora escreve sobre mulheres que sofrem com a desilusão de uma masculinidade tóxica, Conceição também aborda os problemas dos estereótipos que envolvem o homem negro. Como Fio Jasmim lida com a imagem de uma figura sempre viril e apaixonante? O que aos poucos vamos percebendo é que talvez essa vontade insaciável de Fio Jasmim também seja um reflexo da sua própria carência, em uma busca de preencher um vazio interno. É uma tentativa de exercer o papel de príncipe que a ele foi negado.

Como bem descreveu Jerferson Tenório, o autor de “O avesso da pele”, esta obra é um “mergulho na poética da escrevivência”. Gostei demais das histórias contadas por Evaristo e terminei o livro curto querendo saber mais sobre o que cada uma daquelas mulheres ainda tinha para contar. Leiam Conceição Evaristo!

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Aline221 26/01/2024minha estante
Ficou linda essa resenha parabéns.




Gabriella.Gardin 22/04/2023

É mesmo tudo aquilo que dizem
Conceição é um acontecimento. Não tem como não se emocionar, se apaixonar, se doer ao lê-la. Esse livro é tão poderoso pra mim, em tantos níveis. Ela consegue imprimir pautas sociais, que ficam em sua maioria no debate superficial, de forma tão profunda porém sútil, que você finalmente entende que balbuciar e repetir o que sempre está sendo dito é uma insanidade quando se pode pensar estruturas a partir da humanização, do afeto e das suas devidas complexidades. Fiquei com vergonha da feminista que já fui um dia e que Conceição me apontou com tanta sabedoria as incoerências que eu carregava. Eu amei esse livro, eu agradeço Conceição por ser tão generosa em nos disponibilizar um pouquinho do seu entendimento do mundo. Nunca tinha conseguido elaborar verbalmente o que eu achava sobre algumas masculinidades, mas a rainha o fez com tanto discernimento.
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Bia 22/04/2023

Inebriante!
Evaristo merece toda a fama que tem. Que dom de contar histórias! Que dom de deixar tudo bonito! Não tenho palavras pra descrever a profundidade que essa obra atingiu em mim!
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Scaldini 22/04/2023

Conceição Evaristo deusa da literatura
A autora é simplesmente uma mágica, ela te transporta pela narrativa. Definitivamente a maior escritora da atualidade deixando esses livros hype dos pelo tiktok no chinelo
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nsantos06 21/04/2023

“Queremos ser cúmplices e testemunhas de histórias de amor, enquanto vivemos as nossas.”
A história conta a vida de Fio Jasmim, um homem negro, mulherengo, que na sua meninice foi impedido de ser um príncipe negro por uma professora, e que o lugar fora tomado por um garoto branco.

Ao crescer, Fio Jasmim se espelha no trabalho do Pai, Máximo Jasmim, na ferrovia. Como ajudante de maquinista, ele atravessa várias cidades com mais dois colegas de profissão. Se aventura por diversas cidades desconhecidas até então, e como não podia faltar para um homem mulherengo, Fio se interessa por várias mulheres ao percorrer de sua aventura.
No entanto, um ponto se destaca no relacionamento de Fio para com as mulheres. Além do fato de este já estar embarcado em um relacionamento, prestes a se casar, utiliza-se o corpo de outras mulheres negras como objeto sexual, sendo assim, reduzindo a humanidade delas, tendo em vista que só serviam para o prazer dele. Para além disso, as mulheres as quais Fio se relaciona amorosamente, são deixadas por ele como corpos prontos para parir. Poucas são as que não engravidam.

Durante sua infância e adolescência, o pai, Máximo, ensinou ao filho a performar sua masculinidade e virilidade, ensinando-o a se relacionar com o máximo possível de mulheres “Fio cresceu ouvindo as proezas do pai. Aprendera com ele que ser homem era ter várias mulheres. E o mais certo era escolher, dentre elas, uma mais certa ainda para o casamento.”

Um sintoma de masculinidade tóxica aqui se reflete, perpassando até como se entendia os afetos e emoções que homens negros eram permitidos sentir. Somente a raiva e o ódio, e seu oposto, o amor, o choro, eram negados como sentimentos, cristalizando uma figura de um homem viril, que não se permite ser abatido por nada que seja feminino. “Aprendera, desde cedo, a engolir o choro e deixar de lado qualquer sentimento que parecesse dor ou tristeza. [...] Só as fêmeas podem dar vazão às suas agonias, às suas aflições, das menores às maiores.”

Como fruto dessa masculinidade tóxica, enxergava a felicidade na quantidade de mulheres a qual se relacionava. “A cada encontro, se pensava mais macho e, portanto, mais feliz.”

As mulheres negras partem de lugares diferentes e carregam consigo histórias diferentes, mas que se uniam na falta de esperança e na solidão em relação a relacionamentos amorosos. A masculinidade de Fio recaía completamente nas moças, deixando-as ora esperançosas de sua volta, ora tristes com sua partida, e com um fruto dentro de suas barrigas. Transparecia também como as mulheres lidam ao serem mães solteiras. Como é possível criar a imagem para seu filho(a) de um pai que não foi presente nem na vida da mãe? É possível imaginar esse pai?

Foram necessárias mulheres que não se interessavam no amor de Fio, e nos homens, para que ele pudesse enxergar a mulher para além de ser um objeto meramente sexual. A partir daí, pôde desfrutar de outros prazeres que lhe foram proibidos pelo pai quando jovem, como, por exemplo, o afeto não-sexual. “Fio Jasmim, pela primeira vez na vida, talvez tenha percebido que o mais sagrado de uma mulher pode se encontrar para além de seu corpo”.

De sua colega, Tina, que surge “a canção para ninar menino grande”. Uma coleta de histórias de amor ouvidas por Tina contadas em voz e carta por várias outras mulheres, e transformadas em canção.

Um livro que debate a masculinidade tóxica sem as refletir em uma figura heroica do homem, afetando e contribuindo para a solidão da mulher, especialmente, a mulher negra. Além do que, sem reduzir unicamente como objetos para dar prazer ao homem, e parir suas sementes que jorravam dentro delas.

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Beto 19/04/2023

Um pouco de todos nós
Conceição Evaristo dá forma àquilo que é latente. Esse livro materializa questões sentimentais e de relacionamento que vi ao meu redor, ao longo da vida. Há um pouco de Fio Jasmin em muitos homens que vi passar. Há um pouco dele em mim. Há muito de todas as mulheres do mundo nesse livro, em todas as mulheres aqui retratadas. Criadora de mundos, Conceição manipula a linguagem de tal maneira que nos conduz através da história sem ser excessivamente didática e sem despreocupar da forma, apesar a importância do conteúdo. Conceição é mestre, doutora, é escritora. Como diria o samba da Beija-Flor de Nilópolis:

"Versos para cruz, Conceição no altar
Canindé, Jesus, oh, Clara!
Nossa gente preta tem feitiço na palavra
Do Brasil acorrentado ao Brasil que não se cala"

Conceição no altar!
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Licia Maria 16/04/2023

Cheias e vazantes
Ô mulher pra fazer doer bonito ??

Os Fios, as Pérolas, as Tinas, as doidas do rio, as sem nome, sem passado... todos temos solidões e amores.

"Era preciso acontecer tudo, antes que a vida se esvaísse"
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GiuLaganá 08/04/2023

Amores e desamores
Livro de leitura fácil, mas que demonstra a dura realidade de mulheres que se apaixonam e se envolvem com homens desprendidos.
É o reflexo de milhares de histórias vividas por mulheres reais.
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livsok 04/04/2023

Foi meu primeiro livro de Conceição Evaristo. Fui raptada pelo encanto de suas palavras e a poesia de sua escrita.
Logo no início do livro ela já anuncia a escrevivência e avisa que nessas histórias estão todas nós. E reitera: são histórias de amor.

É no maravilhoso desenrolar das similaridades e contrastes que a narrativa caminha e nos mostra a profundidade das vidas das mulheres e homens da trama.

Terminei o livro pensativa sobre o amor. E de quais amores a autora nos fala. E que amor e dor caminham juntos.

Fica para mim que é ao atravessar o amor e a dor que nasce a possibilidade de encontrarmos o Outro e a Si Mesmo.

Canção para Ninar Menino Grande entrará na lista de releituras. Estou ansiosa para reler e apreender outras camadas desta leitura!
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Manu 02/04/2023

Canção para ninar menino grande ? Conceição Evaristo
Estou apaixonada pela escrita da Conceição Evaristo. A obra em si nos atravessa ao ponto de pensar um pouco em suas entrelinhas e refletir um pouco mais sobre o mundo que nos cerca, mas, principalmente, como as coisas que recebemos em vida ou fomos negados, no fundo, permanecem nos afetando.
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Patty Lima 31/03/2023

Por um fio
Fio Jasmin é a carência em forma de homem. Algumas mulheres percebem outras não. A todas ele quer levar pra cama. Apenas Pérola vai com ele ao altar. Incontáveis filhos sem o sobrenome do pai. Nove ou dez com a esposa legítima. Um livro com um tom lírico e delicado. Fio é o reflexo de uma sociedade machista.
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Jennifer.Ernesto 29/03/2023

Canção para ninar menino grande
Um retrato poético da masculinidade tóxica e das dificuldades do homem negro de lidar com a virilidade, amor, afeto, vazio e, principalmente, com as mulheres.

É cativante na medida que excita quem lê, mas deixa aquele sabor amargo que as paixões que não viram amor as vezes deixam.

É conceição evaristo numa escrivivência que não sabemos se conta sua própria história ou dos outros.

Para ler e reler constantemente, e compartilhar.
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Amanda 27/03/2023

Acontecimento
Conceição mais uma vez entrega uma escrita muito rica. Sua escrevivência comove, causa reflexões e afetos com as personagens.
No início, não me interessei de cara pela obra, pois achei que seria apenas sobre um homem, Fio Jasmim. Ao longo da história vemos o protagonismo feminino na narrativa e o amor e presença das mulheres na vida de Fio Jasmim, ou de Fio Jasmim em suas vidas, atuando ora como protagonista príncipe, ora como protagonista de desilusões.
Mais uma vez me apaixono pela escrita de Conceição Evaristo e reafirmo minha admiração. Como disse Jeferson Tenório, estamos diante de mais um acontecimento literário.
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Beatriz.Alves 23/03/2023

Canção pra ninar menino grande
Livro lindo, lido e relido. Espero que todos possam ter a experiência linda de conhecer Conceição Evaristo.
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