Vitória 28/10/2021
Um enemies to lovers bem meia boca
Peguei esse livro pra ler não porque ele me foi recomendando, mas sim só na base da vontade que a sinopse me despertou. Encontrei ele por acaso no recomendados da Amazon e me apaixonei na hora pela história que me foi prometida na sinopse. Pra vocês terem uma noção, do dia que topei com esse livro pela primeira vez pra hoje não se passou nem uma semana completa. Ou seja, fui com muita sede ao pote, e acabei me decepcionando em alguns pontos.
O enemies to lovers começa como enemies real, os dois se odeiam e se atacam todas as vezes que se encontram, e aí é que aparece o primeiro problema que tive com esse livro. Achei o desenvolvimento do romance muito rápido, acontece uma coisa com a mocinha (que não vou dizer o que é pra não ser spoiler) e, depois que ela conta a tal coisa pro mocinho, ele se apaixona na hora. Também achei o lado dela mal desenvolvido, senti como se eles tivessem ido dormir um dia se odiando e acordado no outro, do nada, declarando amor eterno.
Além disso, a "redenção" da mocinha também me pareceu muito rasa. Sei que existiam vários fatores na história que acabaram culminando nessa mudança dela, mas, mais uma vez, me pareceu algo de uma hora pra outra, achei que poderia ter sido mais bem desenvolvido.
Mas o que mais me incomodou nem foi isso. A mocinha sofre diversos abusos, tanto no passado quanto ao decorrer do livro (não vou dizer que tipo de abuso nem as pessoas envolvidas pra não ser spoiler), mas tem um, que acontece logo no início do livro, que acabou me impactando mais, pelo fato de o abusador ser uma pessoa de confiança dela. E é aí que chega a problemática. No momento que ela se abre com o mocinho sobre essas questões, ele insiste que ela se afaste dos indivíduos em questão (até aí tudo certo, nada errado). Mas, quando o abuso do início do livro, cometido por uma pessoa muito próxima a ela, entra na discussão, o mocinho insiste pra que ela retome o contato com o abusador e o perdoe. Aí foi a gota d'água pra mim porque, não importa quem seja o abusador nem as circunstâncias nas quais ocorreram o abuso, abuso é abuso e ponto final, e o mocinho, que era a pessoa na qual ela mais confiava no momento a ponto de ser capaz de se abrir, nunca deveria colocá-la numa situação de passar por cima de um trauma como esse e retomar relações com alguém que abusou dela. Abusador tem mais é que se lascar, não importa quem ele seja, e ponto final.
Fora isso, encontrei alguns (muitos) erros de revisão no e-book (vírgulas do lugar, algumas frases onde dava pra perceber que tinha uma palavra faltando, palavras com ortografia errada, etc), mas acabei passando por cima sem dar muita bola.
Resumindo, não recomendo. Queria muito ler um romance com adoção como tema principal e me joguei com toda nesse, mas acabei me decepcionando. Agora sigo procurando bons livros sobre o tema.