Isabela354 02/09/2016O cristão não é escravo do hábito!Temperamentos Transformados. Tim LaHaye. Páginas: 185. Editora: Mundo Cristão.
Essa foi mais uma leitura do clube do livro da minha igreja e eu cheguei a fazer um teste de personalidade na internet logo que comecei a ler o livro, mas não sei até que ponto ele era confiável. O resultado foi uma mistura dos quatro temperamentos (sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático), o que até faz sentido, porque ao ler o livro, sempre tinha algo com que eu me identificava em cada um, uns mais, outros menos. Mas, a melhor parte foi identificar pontos em que eu podia melhorar. O livro nos confronta e em vários momentos me vi pensando: "ele está falando de mim!".
"Deus não está tão interessado em mudar as circunstâncias, como em transformar as pessoas. Não é vantagem nenhuma viver sem preocupação quando não há nada com que se preocupar. Vitória é encarar um problema que em geral nos causaria grande preocupação sem fraquejar. O fato de ser cristão não isenta ninguém de dificuldades."
O livro começa um pouco lento, o autor é psicólogo e traz algumas citações de filósofos e doutores de renome que já estudaram sobre temperamentos. Nos fornecendo assim, uma breve introdução sobre o assunto em geral, bem como sobre as quatro personalidades a serem abordadas no livro. Mas, depois disso, a narrativa fica mais dinâmica, Tim LaHaye fala sobre quatro personagens de grande destaque nas escrituras sagradas: Pedro, Paulo, Moisés e Abraão. E, um vez que cada um possuía um temperamento diferente, o autor discorreu sobre os defeitos e qualidades desses homens e sobre como foi a ação transformadora de Deus na vida e no caráter de cada um deles. Mostrando como eles eram quando agiam tomados pelos seus próprios instintos e como suas atitudes mudavam quando deixavam que o Espírito Santo usasse as suas vidas.
"[...]Naturalmente, é isso que torna a Bíblia um livro tão digno de fé: ela mostra o sucesso e o fracasso de seus heróis, porque, como se diz hoje: “assim é”. Deus não usa homens perfeitos, porque não existem, mas emprega homens que confiam nele. Todo servo bem-sucedido de Deus tem de sair do fracasso em algum ponto da vida, confessar sua incredulidade e pedir que Deus o utilize uma vez mais"
O autor nos desafia a olhar muitos dos nossos defeitos como os pecados que eles são. Por exemplo, as pessoas de temperamento colérico são muito propensas a ira e elas sentem prazer na ira e nas atitudes que esse sentimento pode desencadear. Eu fiquei surpresa quando li isso, por ser algo tão simples e verdadeiro, mas que eu nunca havia visto dessa maneira. As vezes, quando ficamos muito irritados com alguma coisa ou alguém, dá vontade de revidar e ainda achamos que temos razão ao fazer isso. Além disso, só enxergarmos como pecado a consequência da ira, não a ira em si. Mas quando olhamos para a ira como um pecado e criamos o hábito nos acalmarmos assim que percebemos esse sentimento crescendo dentro de nós, nos antecedemos a ele e não transformamos esse sentimento numa atitude danosa. Perceberam a sutileza?!
"Você não pode encher a mente com sujeira e querer sentir-se limpo. Essa é a razão por que muitos cristãos “não veem nada de mal” em certos pecados. Suas atitudes mentais pecaminosas já vêm sendo mantidas há tanto tempo que os atos corruptos chegam a lhes parecer normais. [...] Na realidade, elas tinham sentido que era errado antes de o fato tornar-se um lugar-comum em seus padrões mentais."
LaHaye nos mostra que nos temos muitos costumes ruins são influenciados pelo nosso temperamento, mas isso não quer dizer que nós somos escravos dos nosso temperamento e nem do hábito. Temos que buscar em Deus a renovação da nossa mente e deixar as coisas velhas para trás, porque agora somos nova criatura. Então, eu pensei: "Eu quero isso pra mim, eu quero ser melhor, quero ter o Espirito Santo em mim para ser um pessoa mais fácil de lidar, uma pessoa que exala o bom perfume de Cristo em todo o tempo. Quero deixar esses padrões de comportamento, porque eles são maléficos para as pessoas que convivem comigo e para mim também!"
Isso não quer dizer que eu me converti lendo o livro. Já faz tempo que tenho convicção da minha fé, mas abri meus olhos para pequenos detalhes da minha vida que precisam de mudança. A vida do cristão é uma mudança gradual e constante em busca da plenitude do Espírito Santo. O que você precisa mudar no seu temperamento? No último capítulo o autor ainda nos deixa algumas dicas práticas para quebrarmos velhos costumes e vivermos uma vida mais próxima de Deus. Vale muito a pena!
"A fé não precisa de respostas; só de direção. Muitos crentes dizem: “Ah, se eu soubesse como isso vai acabar, confiaria então em Deus”. Isso é incredulidade."
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