Débora 23/06/2013
É um livro bastante complexo. O autor Manuel Puig fez parte da geração modernista, daí seu livro não segue um padrão "normal" de escrita. Eu o tenho desde 2005 e tentei lê-lo várias vezes e não conseguia (achava chato), mas entendo que era porque ainda não tinha a maturidade intelectual para apreciar a obra.
O livro conta a história de uma família que se muda para uma cidade do interior da Argentina (Vallejos) e os acontecimentos com os membros desta desde o inicío dos anos 30 até o início dos anos 40. A complexidade está no fato de que não existe uma narrativa linear. No início de cada capítulo, onde seria o título dele, tem os personagem que falam naquele capítulo e o ano, mas cada capítulo é de uma forma: em alguns há diálogos (sem narrador direcionando-o), em outros são fluxos de pessamento de personagens diferentes (cada um de um personagem), há ainda uma parte de um diário, uma redação escolar e uma carta. Sendo assim, o leitor acaba tento uma visão parcial de toda a história, que foi, na minha opinião, o toque de genialidade do autor! não há vilões ou mocinhos, todos tem altos e baixos, descobertas sexuais, sonhos, frutrações, etc.
Por fim, explicando o título, Toto, um dos meninos da familia, é viciado em cinema, vai todos os fins de semana, compara a sua vida e a de todos ao seu redor aos dos personagens e estrelas hollywoodianas, e acaba cativando-os e os incentivando a também, buscar na magia do cinema um fuga para a dureza da rotina cotidiana.