bia prado 15/12/2022esses dois ficariam melhores sozinhosmeu grande problema com esse livro foram os protagonistas. eu não consegui simpatizar com nenhum dos dois. no começo, não gostava do Josh, depois até comecei a simpatizar com ele (foi bom ver ele gostando da Clara e sofrendo por causa disso), porém depois eu não conseguia suportar a Clara. eles são muito diferentes e a história não conseguiu me convencer que eles têm um futuro juntos.
vou explicar melhor: a história começa com a Clara saindo de Nova York pra morar em LA na casa do melhor amigo dela, por quem ela é apaixonada por 14 (sim, 14!) anos. mas ela nunca deu o primeiro passo, nem nunca se declarou pra ele. quando o cara chama ela pra morar junto, ela vê isso como um sinal divino, joga tudo pro ar e vai lá pra casa do amigo. entretanto, o cara é um babaca e ela nem chega direito na cidade e ele fala “oh minha banda vai sair em turnê AGORA e vou ficar fora por 3 meses. mas relaxa porque eu aluguei meu quarto pra um total desconhecido e ele vai ser seu novo colega de moradia. fui!”. e esse novo cara é o Josh, um ator pornô renomado, lindo, gostoso, alto etc. porém a Clara é uma puritana e não reconheceu ele. claro que ela vai acabar descobrindo né. isso acontece logo no começo livro e foi ai que meus problemas com o livro começaram…
a Clara ta lá na SALA vendo pela primeira vez o pornô do Josh e óbvio que ele chega em casa neste exato momento. eles começam a falar sobre sexo etc e nisso acontece a primeira interação sexual entre eles. e eu achei que isso rolou muitoo cedo no livro. eles nem se conheciam. acho que foi na primeira semana dela lá na casa. e no final ele foi super rude com ela super de graça. já comecei a pegar bode dele ai.
como ambos são de classes sociais muito diferentes, eles acham que nunca ia rolar nada sério entre eles, então eles meio que lutam essa atração que tem um pelo outro. claro que os dois são muito lindos, mas como moram no mesmo lugar, preferem ficar como amigos e secretamente babando pelo outro. a Clara, como eu disse, não tem muito experiência sexual e isso a deixa muito insegura, já que o Josh é esse rei do sexo que já transou com milhares de mulheres mais bonitas e gostosas do que ela e posso dizer? que coisa insuportável. ok, todo mundo tem suas inseguranças com o próprio corpo, isso é válido. mas ela fica se depreciando, sabe? como se ela não fosse bonita também. o Josh é gamado nela, mas ele tenta não revelar muito, mas mesmo depois deles ficarem juntos ela ainda fica nessa picuinha que ela nunca seria atraente o suficiente pra ele. ah, minha filha, vai ler um livro de auto ajuda, sei lá. ela precisa muito da aprovação dele pra se sentir bem com a própria aparência e isso me irritou profundamente. pareceu coisa de adolescente, querendo aprovação de macho assim. E ELA NEM É FEIA!
enfim, depois que já desabafei sobre esse ponto, vamos aos problemas do Josh. além dele só se interssar pela Clara porque ela é o “fruto proibido”, ele foi grosso umas duas vezes no livro e eu fiquei pistola. primeiro porque ele não tinha motivo nenhum, segundo que a Clara abaixa a cabeça e deixa ele tratar ela assim. ela desculpa ele muito fácil. isso acontece nos primeiros 50% da narrativa, portanto vou perdoar, porque não foi algo recorrente, mas mesmo assim, não gostei. eu quero que o mocinho venere o chão que a heroína pisa, sabe? odeio cara babaca e o Josh era bem esse estilo. é o tipo de cara que pensa coisas do tipo: ”At first, he’d enjoyed feasting at LA’s buffet of babes, but like anything else too readily available, even pussy got boring”. repulsa é a única coisa que sinto por cara assim.
terceiro ponto que me incomoda: a Clara, obviamente, tem vergonha do trabalho do Josh. e pra piorar, ela entrou num negócio com ele e não queria que ninguém descobrisse. óbvio que todo mundo descobre e isso vira um drama no enredo. ela se preocupa muito com a imagem dela e essas coisas e mesmo assim ela entra num negócio voltado pra indústria pornográfica! acho que ela deveria ter pensado duas vezes antes de se envolver com algo assim. ela não é obrigada a ficar confortável com isso ou não se abalar com o julgamento da sociedade, só estou dizendo que se ela não se sentia confortável com as pessoas descobrindo, ela não deveria ter feito pra começo de conversa. ela podia ajudar ele a ser narrador de livro erótico, sei lá. essa ideia parecia muito mais inteligente e daria muito certo! e depois ela faz tudo aquilo, se esforça, envolve várias pessoas num projeto, pra depois fugir igual uma covarde! no final tudo se resolve, mas isso não elimina todas as besteiras e bobagens que aconteceram e que me fizeram ficar irritada.
outra coisa que me fez ter certeza que ela tem vergonha dele e me fez ficar com muita dó do Josh: ela fingiu que não conhecia ele em público, pois teve medo de alguém reconhecer ele e saber que ela estava envolvida com um ator pornô. meu deus, o cara todo apaixonado não merecia passar por isso não. fiquei querendo socar a cara dela, sério. é o que eu falei anteriormente: se ela não se sentia confortável, não deveria nem ter começado a se relacionar com ele. é tudo ou nada, não tem meio termo. o Josh está certo quando a chamou de hipócrita. não adianta levantar a bandeira no privado e em público se esconder.
no final, The Roommate foi apenas um “good girl bad boy” batido e a autora não inovou nem trouxe novidade pro trope. por exemplo, a Clara tem essa vibe “shes not like other girls” e meus deus ela gosta de filmes de ação, que diferente! como ela ousa gostar de ação sendo uma m u l h e r? sabe, se esforce mais pra dar alguma dimensão pros seus personagens. apesar do cenário da indústria pornô como plano de fundo pro enredo e as discussões válidas que ela abordou, a caracterização dos protagonistas ainda foi muito rasa e simplória pro meu gosto. não, eu não estava esperando que esse fosse uma revolução na literatura, mas, quando é um romance, o mínimo que eu espero é gostar da química dos protagonistas e não encontrei isso aqui. sim, as cenas de sexo foram quentes e essas partes foram bem escritas (acho que tem umas 3/4), porém não compensou a falta de entrosamento entre eles. quando não envolvia nada sexual, os diálogos foram pouco interessantes e um relacionamento não se sustenta apenas com sexo bom (infelizmente). eu realmente acabei o livro tendo dó do Josh, por gostar de uma mulher tão fraca.
romances são pra me deixar feliz, não frustrada. por isso, não gostei. começou a degringolar e tudo estava me irritando no final. nem a declaração amorosa eu gostei. talvez o livro da Naomi seja melhor, porque a personagem dela realmente é interessante, mas acho que nunca vou ler o segundo pra descobrir se isso é verdade.
conteúdo/ tropes:
- friends to idiots to lovers
- dual pov
- roommates
- different worlds
- sick trope (quando A cuida de B quando B ta doente)
site:
instagram.com/trechosdelivros