O eterno marido

O eterno marido Fiódor Dostoiévski




Resenhas - O Eterno Marido


252 encontrados | exibindo 61 a 76
5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 |


Jeni 04/05/2021

"Um mergulho leve de Dostoiévski na alma humana."
A literatura russa é um grande oceano. E dentro dele existe um continente de grandes dimensões chamado Fiódor Dostoiévski. Dessa vez li mais uma de suas obras.
O eterno marido, publicado pela Editora 34 em 210 páginas traz mais uma história na qual prevalece o mergulho psicológico do autor na alma humana através dos personagens que ele criou.

A história que ele conta se passa em São Petesburgo, nos anos 50 do século XIX e começa com o personagem Aleksiéi, um homem de alma inquieta, que vive assaltado por pensamentos e insatisfeito com a vida que leva.

A impressão que tive lendo este trabalho é que Dostoiévski consegue colocar com argúcia em seus textos a capacidade de entrar no pensamento íntimo dos seres humanos a tal ponto que é possível navegar no turbilhão da alma, nas nossas corriqueiras ou importantes divagações interiores. Fazendo uso de diálogos misturados à narração em terceira pessoa, ele explora no texto a descrição de sentimentos e fatos como culpa, traição e vingança, tão presentes nos recônditos escuros do homem. Um livro que mais parece um olhar com lupa para dentro de quem somos.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Otoniel.Filho 24/12/2020

O eterno marido
Dostoiévski mais uma vez impecável, inatacável quando o assunto é literatura, romance escrito com maestria, de beleza inefável
comentários(0)comente



Leticia Garozi 18/11/2020

Ótimo livro para iniciar-se em Dostoiévski!
Meu primeiro contato com a obra de Dostoiévski e com a literatura russa no geral e estou extremamente satisfeita.
O livro é escrito com maestria, sente-se as palavras escolhidas a dedo para fazer o perfeito encaixe com todo o texto. No entanto, não é uma leitura difícil ou mesmo rebuscada. Além disso, as notas do tradutor ajudam no entendimento de passagens inseridas em contextos muito especificos.
A trama é envolvente do começo ao fim, misturando elementos psicológicos e de caráter dos personagens com o narrar os fatos, tendo um fundo de suspense.
Ao fim, a edição da editora 34 conta com excelente posfácio do tradutor Boris Schnaiderman, rápido, direto e esclaredor.
comentários(0)comente



Carlos 01/02/2022

O Eterno Marido subterrâneo
Romance curto (chamado, inclusive, de novela pelo próprio Dostoiévski) que releva toda a grandiosidade do autor, intercalando temas recorrentes em sua obra, como o homem do subsolo, representado aqui de forma ambígua por Vieltchâninov e Páviel Pávlovitch), a criança abandonada (Lisa) e o bufão, também representado por Páviel.
Considerado por muitos o maior romance curto do autor, para mim ainda fica atrás do impecável Memórias do Subsolo.

?É tudo um absurdo: ambos somos gente viciosa, subterrânea, vil??
comentários(0)comente



LairJr 06/02/2022

Como é bom ler Dostoiévski. Leio diversos outros autores, best-sellers atuais, e, apesar de sempre ser uma leitura agradável, nada se compara quando retorno à obra de Dostoiévski. A distinção para mim é marcante.
comentários(0)comente



Vi Fonseca 22/12/2022

" O Eterno Marido"- Dostoiévski
Sabendo que o próprio Dostoiévski escreveu este livro para pagar uma dívida de jogo e que o mesmo era o livro que o autor menos gostava...fui ler o livro com um pouco de dúvida.

O primeiro capítulo foi entendiante, quase larguei o livro, mas entendo que o autor utilizou do mesmo para introduzir ao leitor o caráter do personagem principal (Veltchanínov, um homem rico de São Petersburgo).

Veltchanínov é um personagem um tanto quanto imoral, é um personagem rude, egoísta e que gosta de humilhar as pessoas que não são tão privilegiadas e abastadas, como ele. Ivánovitch revela, logo no início, que,quando mais jovem, gostava de se relacionar com mulheres casadas e de ter uma boa relação com seus respectivos marido os ditos "eternos maridos".

Após alguns capítulos o leitor conhece Pávlovitch, o marido de uma falecida amante de Ivánovitch (Natália, uma mulher forte e decidida que traia muito seu marido). O (ex) marido de Natália é aquilo que o personagem principal intitula de "eterno marido"- homens que estão destinados a casar, a satisfazer e a obedecer cegamente suas esposas, independentemente da situação ( o famoso "🤬 #$%!& manso").

Basicamente a história se desenrola entre tentar descobrir se Pávlovitch sabe que Ivánovitch teve um caso com Natália e se Liza ("filha" de Pávlovitch) é ou não fruto da relação extraconjugal que Natália teve com o personagem principal.

O livro é legal, de forma geral, mas o assunto triângulo amorosa já é batido na literatura e o desenrolar da história me deixou confusa. Gostei que o autor fez uma espécie de inversão de papéis: o amante corajoso, ao longo da narrativa, se sentiu amedrontado e encurralado, pelo marido medroso.
comentários(0)comente



Prim 16/07/2022

O eterno marido
Minha primeira experiência lendo Dostoiévski e estou muitíssimo satisfeita.
Um romance inteligente e divertido.

Dostô tem o humor parecido com o de Machado. Em o eterno marido, ele pega um tema eternamente polêmico (o adultério) e confronta a sociedade com sua própria moral (assim como Machado faz em Dom Casmurro).

Quantas vezes ficamos ao "lado" do amante em vez de defendermos a ''honra'' de quem foi traído? Quem é esse amante? O quão canalha ele é? E quão canalha pode ser o marido?

E, ainda assim, esses questionamentos nem são tão importantes. Como você interpreta a relação entre os personagens é algo único nesse livro. A tensão para saber se ele, o marido, sabe ou não sabe sobre os chifres, o que ele sabe, se ele veio mesmo pelo motivo que todos imaginam... é tanta coisa interessante!

E as interações são divertidíssimas! Não esperava que eu riria tanto com Dostoiévski, sempre pensei nele como uma leitura mais forte e filosófica, mas me surpreendi com a leveza e a língua mordaz.

Foi uma experiência incrível e me sinto mais confiante para os próximos livros.
comentários(0)comente



Manu 29/04/2020

1° livro concluído no ano e 1° lido do Dostoiévski
Foi o primeiro de Dostoiévski que li e achei bem instigante. Conta com descrições dos pensamentos e sentimentos do protagonista frente a uma situação inusitada para ele. Apesar de não ser muito fã desses detalhes, achei importante pra nos situar no estado emocional do protagonista.
comentários(0)comente



hemily 27/01/2024

?não sei nem mesmo libertar-me de mim no presente?
Um indivíduo um tanto desequilibrado e de saúde questionável, é confrontado pelo seu passado por uma pessoa na sua porta que se trata nada menos nada mais do que o marido da sua ex amante (que àquele ponto, já estava em outro plano) então acompanhamos Talaricov (Veltchaninov) e Cornovitch (Pavlovitch) ao longo de uma história relativamente simples e psicológica, mas em que tudo pode acontecer 

Sobre opiniões pessoais agora, eu sinceramente não consegui um ritmo esperado e a leitura não foi muito fluída, me fazendo quase largar em algumas partes. Na verdade, a parte mais divertida do livro para mim foi a sinceridade do protagonista, afinal, "O que que eu tenho a ver com isso?"

Pode ser um começo interessante para quem vai ler o autor pela primeira vez, por se tratar de uma obra menos densa. (Por mais que eu ainda prefira a leveza profunda poética em noites brancas!)
comentários(0)comente



18/07/2020

Vieltchâninov é um homem comunicativo, sedutor e atraente, apesar de ter já os seus 40 anos, uma forte hipocondria e um passado de recordações amargas. Ele não tenta enganar a si mesmo: sabe que tem uma régua moral curta e que é capaz de cometer atos condenáveis, caso representem uma vantagem para ele. Não é exatamente o tipo de personagem pelo qual gostamos de torcer; ainda assim, Dostoiévski, em um livro chamado ?o eterno marido?, nos faz tomar o lado do amante.

O suspense se inicia quando, após nove anos do término do caso entre Vieltchâninov e Natália Vassílievna, o amante de repente se vê frente a frente com o marido traído - agora viúvo. Páviel Pavlovitch aparece como uma figura trágica e ao mesmo tempo cômica, correspondendo à categoria de ?eterno marido? - aquele que vive para as necessidades de sua esposa -, inventada por Vieltchâninov, e inclusive fazendo jus a ela ao definir a si mesmo com os dois dedos acima da cabeça em formato de chifres. É um homem que bebe a própria tristeza e como que se embriaga com ela, arrastando junto para sua miséria a filha Lisa (em torno de quem também gira um grande mistério). Não há paz para Vieltchâninov durante todo o período em que Páviel se encontra na cidade. Como dormir tranquilamento quando o homem a quem você prometeu amizade e de quem logo após roubou a esposa se encontra parado de pé, no meio do seu quarto, na completa escuridão, encarando-o com o que só pode ser entendido como ódio mortal? Teria esse homem - reflete Vieltchâninov - a intenção de matá-lo?

Dostoiévski consegue dizer muito com poucas palavras. Captamos aspectos da personalidade dos personagens por meio do seu jeito de falar, da sua reação aos acontecimentos, dos diálogos angustiantes entre marido e amante. O suspense e a ambiguidade (e também o humor) perpassam todo o livro. A narração é feita de maneira impecável, e nenhuma frase é gratuita.

"Sim, amava-me por ódio; e este é o amor mais forte..."
comentários(0)comente



Toni 08/11/2011

Consciências que se elucidam
Escrito em 1870, ‘O eterno marido’ é considerado um romance fruto da maturidade artística de Dostoiévski. Síntese de sua poética, elaboração formal e temática, a crítica vê nele um dos momentos culminantes da obra dostoievskiana: uma narrativa breve capaz de engendrar temas universais e abrangentes ao lado de elementos bastante específicos e tipicamente russos, principalmente no tocante às relações interpessoais (que amiúde causam estranhamento aos leitores deste lado de cá).

De maneira análoga a de 'Notas do Subsolo', em que temos o desenvolvimento de um 'tipo' complexo, 'O eterno marido' traz em seu título essa categoria de homem que seria “um complemento da esposa, mesmo que possua indiscutivelmente personalidade própria, (...) ele não pode deixar de ser portador de chifres” (p.49). O livro segue os passos de Vieltchâninov, caracterizado com todos os traços daquele habitante dos subterrâneos: hipocondria, insônia, vaidade, inteligência judiciosa e incontestavelmente dotada, ceticismo. A narrativa se desenvolve a partir do encontro desta personagem com Páviel Pávlovitch Trussótzki, cuja mulher recentemente falecida fora amante de Vieltchâninov quase uma década atrás.

No impecável desenrolar dessa história, Dostoiévski logra orquestrar o suspense com maestria, à medida que as consciências desses dois homens se elucidam nos prolixos embates dialógicos da narrativa. Como apontado por Bakhtin, na obra do romancista as consciências são independentes e vivas, mas só existem no contato com o outro. Para desenvolver a 'imagem do homem no homem', o autor não objetifica as personagens tornando-as consciências submissas à sua visão de mundo. Pelo contrário, ele se põe ao lado dos outros, interrogando, provocando e respondendo sem, no entanto, abafar as vozes das personagens. A polifonia do romance dostoievskiano permite que Vieltchâninov e Páviel Pávlovitch sejam representados de dentro para fora, na sua inconclusibilidade, à luz de muitas consciências isônomas e plenivalentes que revelam umas às outras.

Em ‘O eterno marido’ encontramos uma sucessão de Leitmotiven característicos da obra do autor como a criança sofredora (Lisa), o bufão trágico (Páviel), o sonho prenunciador (nos capítulos 2 e 15) e o já referido homem do subsolo (Vieltchâninov), além de elementos que o aproximam da sátira menipéia*: as cenas de escândalo e excentricidade (em casa dos Zaklébinin), o jogo com oxímoros ('o mais monstruoso dos monstros é o monstro com sentimentos nobres', 'amava-me por ódio'), a publicística ('os grandes pensamentos originam-se mais de um grande sentimento do que de uma grande inteligência'), o riso de escárnio ('ele fica procurando...amantes embaixo da cama'), a embriaguez (estado quase constante de Páviel Pávlovitch). Tudo articulado, no equilíbrio perfeito entre os capítulos, com as próprias motivações psicológicas. Neste breve romance, Dostoiévski atinge o thriller psicológico com centralidade de ação incomum aos romances do autor, geralmente desdobrados em vários outros núcleos narrativos. Representa o epítome da obra aberta: polifonicamente construída e dialogicamente instigante.

*Elementos apontados por Mikhail Bakhtin em Problemas da Poética de Dostoiévski
comentários(0)comente



Davi Teixeira 17/10/2022

Muito bom
Um enredo que tinha tudo para ser pesado, mas a escrita do autor torna a leitura divertida e leve. Tem umas pitadas de suspense e algumas respostas só aparecem nos capítulos finais.
comentários(0)comente



Ronaldo 16/09/2012

É lugar-comum afirmar que se lê pouco no Brasil porque os livros são caros. É hora de começarmos a relativizar esta afirmação. A L&PM, a Saraiva e a Companhia das Letras estão com excelentes coleções de livros de bolso: baratos, títulos de primeira ordem e traduções muito boas. Este livro de Dostoiévski é um caso típico: excelente, pequeno (168 pg) e muito barato. A história é fantástica, como só Dostoiévski consegue fazer: um tratado de psicologia em um enredo fascinante, com várias reviravoltas. Cinco estrelas é pouco!
comentários(0)comente



rory 08/08/2022

Basicamente uma história de amor entre Pável e o ex-amante de sua esposa.
Escrita muito limpa e fácil para um clássico, ainda mais russo.
comentários(0)comente



252 encontrados | exibindo 61 a 76
5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR