Lucas 15/12/2021
Geerhardus Vos – Teologia Bíblica - RESENHA
Geerhardus Vos – Teologia Bíblica – Antigo e Novo Testamento.
A Teologia Bíblica é, basicamente, o estudo da história da Revelação Especial. E é estritamente em cima dessa ideia que Geerhardus trabalha esse riquíssimo material.
O propósito do livro, segundo consta no texto da capa traseira, é providenciar um descortinar da mente de Deus na História, por meio dos seus sucessivos agentes da sua Revelação Especial. O autor organiza o livro em três partes: o período mosaico da revelação, o período profético e o Novo Testamento.
O livro é antigo, escrito em 1934. É interessante vermos que desde tanto tempo a academia já tinha sanado problemas que ainda hoje alguns teólogos liberais tentam levantar como se fossem uma grande descoberta.
Geerhardus trabalha bastante no campo sincrônico, mas sua abordagem diacrônica é a mais evidente nesse material. A propósito, ele era um exímio exegeta.
Geerhardus começa o livro com uma boa seção sobre a natureza do método, partindo pra uma pequena seção que ele chama de “mapeamento do campo da revelação”. Um termo que, a partir daí, vai permear todo o livro é Berith, que comprime um conceito importante para a teologia do AT: a Aliança.
Os capítulos de 4 a 7 são gastos com a análise da teologia do AT no período patriarcal, que está dentro do escopo do período revelacional de Moisés (visto que todo o material que temos a esse respeito foi escrito por ele). O capítulo 8, finalmente, trata mais especificamente de Moisés e encerra a primeira parte do livro.
Na parte 2, há um grandioso e detalhado estudo sobre o profetismo no AT, que ocupa os 3 primeiros capítulos, para só então tratar da revelação através dos profetas.
Se eu puder, em toda a minha pequenez, apontar um defeito no livro, é na seção sobre o nome de Yahweh, que é bastante imprecisa quanto a essa mesma forma de escrevê-lo. Digo isso com propriedade, apesar de não ser hebraísta (mas tendo por base os melhores hebraístas que também tratam do assunto). O autor confunde (ou seria culpa do tradutor?) o problema histórico acerca do uso das vogais do termo “Adonai” para preencher a vocalização das consoantes hebraicas do tetragrama (YHWH) que, como sabemos, teve sua pronúncia perdida ao longo dos séculos. Acontece que com as letras de “Adonai” jamais chegaríamos à pronúncia “Iavé”. A pronúncia com essas vogais, dadas as regras de vocalização, nos levam a “Ieová” ou, como se popularizou: Jeová. Essa é provavelmente a pronúncia que mais tem-se certeza na academia de não ser a correta, apesar de popular. Por outro lado, Iavé (ou Yahweh) tem boa aceitação dos hebraístas e encontra algum lastro histórico. Enfim, essa foi uma confusão no texto que ainda não compreendi como é que foi parar nessa obra tão magnífica.
A parte 3, sobre o NT, abre com a estrutura da revelação no NT, trata brevemente sobre a revelação sobre a natividade, depois gasta 20 páginas com o último profeta da Antiga Aliança: João Batista. Há uma pequena seção sobre a provação de Jesus e depois, o capítulo 5, tem quase 70 páginas sobre a revelação através do ministério de Jesus, que encerra o livro.
Ainda hoje, é uma das melhores teologias bíblicas que temos. Compensa muito a compra e mais ainda a leitura completa (não só tê-la para consulta).
Leia mais em: www.editoramentecrista.com
site: https://editoramentecrista.com/geerhardus-vos-teologia-biblica-antigo-e-novo-testamento-resenha/