spoiler visualizarClars 06/01/2024
"- Não ultrapasse este limite, doutor, por mais que tenha vontade. A barreira não foi feita para ser violada."
Tenho muitas coisas a dizer desse livro. amei muito o tema que ele traz e me peguei bastante reflexiva a respeito da história. é incrível como a dor é complexa. louis era um cara "completamente normal", com uma vida tranquila e nunca deu indícios de que seria capaz de cometer um crime pra trazer o filho de volta... até fazer. me deixou até um tanto assustada com a facilidade com que qualquer um pode chegar ao extremo de fazer qualquer coisa na situação certa.
achei lindo o momento do louis explicando sobre fé pra ellie e todo o processo de descoberta dela com relação à morte. a forma como ela reagiu à morte de norma, pra mim, foi bem representada. a morte, pra ela, era só a morte, até cair a ficha de que nunca mais ela veria norma de novo, nunca mais haveria biscoitos feitos por ela. achei bem desenvolvido.
eu fui esperando uma escrita bem mais densa e profunda e, apesar de ser bem descritiva, não achei taaao difícil de ler.
agora, os pontos negativos: o livro só começa a ficar empolgante a partir de 70%. nos primeiros 30% é bem arrastado. a partir daí, acontece uma coisa ali ou aqui que é levemente interessante mas não deixa o leitor realmente instigado a ler. é tudo bem lento. depois dos 70% é que as coisas começam a ficar empolgantes, você fica querendo saber o que vai acontecer e torcendo pelos personagens (inclusive, me apeguei bastante a eles).
outro ponto: achei totalmente ??????? o louis usar, continuamente, o termo "oz, gande e teível". sinto que o king queria um termo de peso, pensou nesse e incluiu em qualquer lugar na história pra fazer sentido, só que não fez. era um mísero detalhe que a rachel citou 1 vez (não era significativo nem para a própria rachel e, na história dela, nem tinha uma conotação ruim) e do nada ele começou a pensar e usar esse termo para várias coisas.
eu sou estudante de enfermagem, então me irritou demais como o king descreve a enfermagem sempre estereotipada como auxiliar ou subordinada do médico. relevo um pouco porque o livro é antigo, mas se vai escrever um livro com presença marcante de uma profissão, então que, ao menos, pesquise o básico sobre ela. não se passa 5 anos numa universidade pra dizer "sim, senhor" 24/7.
enfim, mesmo com os pontos negativos, consegui extrair boas coisas da leitura.