Meu Encontro com Marx e Freud

Meu Encontro com Marx e Freud Erich Fromm




Resenhas - Meu Encontro com Marx e Freud


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Bruna 12/08/2021

Este livro traz uma autobiografia de Eric Fromm, em que ele expõe teorias tanto de Marx quanto de Freud de forma comparativa, mostrando suas semelhanças e diferenças.
Enquanto Freud buscava libertar o homem de si mesmo, fazendo com que se tornasse consciente de seus conteúdos inconscientes, Marx queria libertar o homem das cadeias da dependência da alienação social, ele acreditava que a maior parte do que pensamos sobre nós é uma ilusão e para que uma sociedade ?boa? pudesse ser formada o homem precisaria ser plenamente desenvolvido e produtivo.
Para Marx, liberdade e independência não eram apenas a liberdade política e econômica no sentido do liberalismo, mas a realização positiva da individualidade.


Gostei do livro, muito bom mesmo, tem uma intenção politica por trás, mas você consegue perceber o por que as teorias de Marx são utilizadas de forma diferente do que realmente é trabalhado, e o quanto essa congruência na atitude social é algo difícil de encontrar.
Discordei em várias partes no decorrer do livro, mas ele conseguiu me abrir os olhos para o tanto de ideologias surgem por mal uso de teorias serias.
Indico esse livro para quem tem familiaridade com Marx e Freud, pois precisa-se de uma base para compreender alguns conceitos, e pode ser bem interessante para estudantes de Psicologia.
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Ravel 23/06/2020

Prazer ou igualdade?
Incrível análise intelectual de duas grandes figuras da modernidade, relaciona suas teorias com os hábitos do século XX, famosa sociedade da disciplina.
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Charles 22/06/2020

Provavelmente o melhor que li esse ano.
Esse livro é uma autobiografia intelectual em que Eric Fromm traz, brevente, suas obras anteriores e fala o que o atraiu para estudar Marx e Freud, faz um diálogo entre os dois teóricos mostrando suas semelhanças e suas diferenças. Para o autor, Freud queria libertar o homem de si mesmo tornado-o consciente de seus conteúdos inconscientes, e Marx queria libertar o homen da alienação quanto ao sistema social em que estava inserido, e para essa libertação seria necessário que o homem tomasse consciência das amarras que o controlam, o inconsciente social. No decorrer do livro Fromm traz breves análises e reflexões sobre as sociedades de alguns períodos históricos apontando irracionalidades que são "recalcadas" pela sociedade sempre visando o interesse de um grupo específico ou a ordem social, nessas reflexões fica claro que o autor tem uma intenção política com este livro.
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??É um livro pequeno, porém tem abismos de profundidade. O que o torna um livro Interessante é a integração do social na perspectiva psicanalítica do homem.
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??Tem um viés político explícito o que pode desagradar alguns.
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Recomendo esse livros para psicólogos ou estudantes de psicologia que tenham familiaridade com Freud e Marx.
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Glauber 06/05/2011

O velho erro do universalismo abstrato
Meu objetivo com este livro era aprofundar meus estudos na interseção entre marxismo e psicanálise, o que esta obra só me permitiu fazê-lo superficialmente. Mas até aí, tudo bem, pois não é este mesmo o seu objetivo. Este livro é uma biografia intelectual de seu autor, e não uma exposição do freudo-marxismo.

O grande problema que encontrei aqui é que Erich Fromm comete o mesmo erro da maioria dos marxólogos acadêmicos, que despem o marxismo de seu caráter revolucionário para deixa-lo mais palatável para a burguesia.

Ele mesmo afirma, nesta obra, que não é engajado politicamente, ou seja, é apenas um "marxista acadêmico". E isso é uma contradição, pois não é possível ser marxista e não estar politicamente engajado. Lembremo-nos da 11ª tese sobre Feuerbach, em que Marx afirma que os filósofos até hoje se limitaram a interpretar o mundo, mas o que importa, porém, é transformá-lo. A vida do próprio Karl Marx foi de engajamento político revolucionário.

Assim, Fromm é seduzido pela cantilena burguesa de que Stalin foi um "assassino", e em diversos momentos o coloca no mesmo plano de Hitler, fazendo assim o jogo da burguesia que, derrotada e envergonhada pelo que fez na II Guerra Mundial, precisou inventar no campo da esquerda um monstro idêntico ao que eles realmente criaram e financiaram no campo da direita, Adolf Hitler.

Além disso, é muito bonito que "marxistas acadêmicos", como Fromm, digam como as devem ser. Falam muito do "Homem", da "Liberdade", etc. Mas em momento algum eles dizem COMO isso deve ser alcançado.

Se apegam a uma imaginária "pureza da revolução", que o filósofo italiano Domenico Losurdo chama de "universalismo abstrato", e criticam toda tentativa de construção do socialismo na prática. Essa postura é sempre consequência ou de falta de engajamento político ou de oposição esquerdista que não tem nenhuma responsabilidade de construir algo, mas apenas de desconstruir. E a primeira delas, não ser politicamente engajado, é ainda uma das razões pelas quais tal pessoa não pode carregar o título de marxista, pois não consegue ver essas nuances da vida prática se está apenas confortavelmente sentado num banco da universidade. Este suposto "distanciamento do objeto" mais cega do que faz ver.

Mas para não deixar a impressão de que não há nada aproveitável neste livro, há vários pontos esclarecedores sobre o que há em comum entre Marx e Freud - cada capítulo do livro trata de um aspecto diferente.

Um dos mais interessantes é sobre a atitude cética tanto de Marx quanto de Freud sobre aquilo que pensamos que sabemos. Para Freud, muito do que se passa na vida psíquica do homem é inconsciente, e ele não sabe exatamente porque age da forma que age. Já para Marx, as pessoas também não sabem por que pensam como pensam, pois suas idéias são em grande parte reflexos das condições concretas da sociedade em que vive.

Ou seja, ambos os pensadores trabalham com um conceito semelhante de "racionalização". Para Freud, a racionalização é uma tentativa de dar sentido a uma ação ou pensamento que vem do inconsciente. Na obra de Marx, essa racionalização recebe o nome de "ideologia", isso é, uma justificativa da atual organização social, do status quo.

Para os interessados no tema, um teórico que considero muito superior a Erich Fromm no freudo-marxismo é Wilhelm Reich, quando este ainda fazia parte do Partido Comunista da Alemanha. Sua obra deste período de militância política é muito mais profunda do que podemos encontrar neste livro de Fromm.
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