SuzanyLuh 13/09/2024
Explorar o tempo e as relações familiares...
O Curioso Caso de Benjamin Button (1922, F. Scott Fitzgerald), conta a famosa história de Benjamin, um bebê que nasce com o corpo de um idoso e vai ficando mais jovem com o passar do tempo. A narrativa é curta, cômica e amarga ao mesmo tempo, foi apenas 1h de leitura, tempo suficiente para compreender todo o drama que nos faz refletir sobre as relações familiares e o envelhecimento.
Logo no começo, vemos que Benjamin não apenas nasceu em um corpo adulto, mas sua mentalidade também, esses fatores fazem com que seu nascimento seja um estorvo para o seu pai, que se mostra especialmente preocupado com seu status social se virem seu filho, inclusive, em certo momento, seu pai desejou que seu filho tivesse nascido negro ao passarem por um comércio escravo. Em várias situações Benjamin é tido como estorvo para cada familiar seu, porém achei interessante que, em determinados momentos da vida, Benjamin consegue se dar muito bem com cada um deles: aos 70 anos, ele se torna amigo do próprio pai; aos 50, amante da sua mulher; aos 30, ele vira amigo do filho; e aos 8, o melhor amigo do seu neto. Isso também mostra como as relações mudam de acordo com a fase da vida. Outro ponto que achei interessante é que conforme Benjamin vai ficando mais jovem e as pessoas ao seu redor envelhecem, a história mostra como os papéis familiares se invertem, onde o filho se torna o pai de seu pai, algo que acontece com o envelhecimento e com o aparecimento de doenças, principalmente com o Alzheimer.
Essa obra de arte claramente se tornou um filme, em 2008 Brad Pitt se tornou Benjamin Button, ambos exploram o tempo e as relações humanas de forma única, me faz questionar como lidamos com o envelhecimento e o que significa realmente viver. Super índico a leitura e o filme!