Rafa 17/08/2014Esse conto do Fitzgerald ficou famoso quando adaptado para o cinema, ou pelo menos, foi o primeiro contato que eu tive com a história. Ainda não assisti ao filme com Brad Pitt, mas já estava familiarizada com a ideia inicial de um homem que nasce velho e morre bebê.
O curioso caso de Benjamin Button começa no momento de seu parto, a felicidade do casal Sr. e Sra. Roger Button ao ter seu primogênito. O livro se passa no verão de 1860 e os Button fazem parte de uma espécie de elite da época.
A premissa da história é muito interessante, mas eu não gostei tanto quanto achei que gostaria do conto. O nonsense é aceito como nonsense e não há nenhuma tentativa de explicar o que aconteceu com o "pequeno" Benjamin. Ele é tratado como uma vergonha, é claro, como algo a ser escondido e "oh meu deus, o que as pessoas irão pensar?", mas não há o devido estranhamento da condição.
O Sr. Button vai a uma loja para comprar roupas para o seu filho, logo que o conhece. E tendo a escolha entre roupas de bebê, infantis, adolescentes e de adulto, ele escolhe roupas de criança. Assim foi toda a educação do Benjamin, tentando tratá-lo como bebê, ignorando que ele nasceu inteligente e bastante irônico, diga-se de passagem. Há tentativas de que ele use um chocalho e é alimentado com mamá. Eu, pessoalmente, achei a maneira com que ele é tratado mais estranho que ele ter nascido velho. Foi bastante incômodo ter essa bomba jogada e não a reação correspondente e esperada.
O conto retrata a vida de Benjamin, desde esse início conturbado até o seu fim, trazendo uma "velhice" juvenil bastante triste. É possível notar o definhamento do personagem, ainda que ficando mais jovem, eu achei a situação bastante triste.
Acredito que esse pequeno livrinho dê margem à interpretações diversas do que o autor quis dizer ou do comportamento humano mostrado ali. Foi uma leitura que incomodou bastante para tão poucas páginas. Pretendo assistir ao filme que pelo que ouvi falar, é muito bom.
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