Ingrid Bays 13/08/2020Entre sonhos e limonadas, resistênciaPor mais que Pereira pareça estar sempre em um modo automático de vida, sua mente é inquieta. Isso é demonstrado principalmente pela forma com que valoriza os sonhos (e pelo cuidado que tem em falar sobre eles - o quanto são representativos, pois talvez seu receio de revela-los seria por assim ter de lidar com eles...).
Suas manifestações diversas reforçando uma ?neutralidade?, tentativas de provar um distanciamento entre a cultura e a política são falhas até para ele mesmo, que se esforça em tentar crer nisso, pois sabe que ao se desconfortar não terá outra alternativa que não seja agir.
Achei fascinante toda a narrativa. O ?afirma? me lembrou muito de quando eu degravava depoimentos de audiências. A repetição dos lugares, dos pedidos, trazem a sensação de pertencimento... até que se escolha não mais pertencer, por se enxergar além (ou enxergar a realidade que não queremos aceitar, confrontar...).
No fim, quando se abre os olhos, quando se percebe que não há mais como negar, precisamos nos posicionar.