Lais.Lagreca 23/07/2023
Bonito demais!
Você termina a leitura e pensa "preciso começar de novo"!
Acho que isso acontece devido à capacidade desse poema de criar imagens tão simbólicas da dureza que é a vida de um Severino.
Sair de sua terra, onde já não se tem como viver, em direção a uma terra outra em que se busca meio de vida melhor, é coisa dura só de se pensar. Imagina juntar o pouco que se tem e que se pode levar para, por um longo e árduo caminho, perceber que por onde se passa, por onde se olha parece que a morte insiste em acompanhar. Danada de companhia! Não se deseja morrer, se quer viver, mas viver parece algo decidido de não acontecer que se pensa até mesmo em morrer.
Vendo a vida dura da pouca vida que se vê por onde passa, Severino, chega a pensar que se basta de tanta falta de vida. O pobre não tem vez, não tem teto, não tem alimento, não tem terra para si, a não ser aquele pouco, estreito e raso, onde irão encaixar seu corpo.
Se há forma de seguir, Severino quer saber, será que há chance de se gostar de se viver?
Embora a morte pareça insistir em antenceder a vida, a vida aparece também, e com sua beleza das promessas ainda que simples, mas promessas, parece esperançar também a vida daqueles que a recebem.
Ah! Bonito demais.