Resenhas - Nevada

Karen580 19/11/2024

Li no clube do livro do jonas maria e ninguém gostou como pode kkkkk um livro que tenta ser tudo e acaba sendo nada, nada acontece mesmo, uma escrita cansativa e mal estruturada, com personagens com potencial mas mal desenvolvidos? um caos.

no começo tava rezando pra melhorar, e na metade até muda e dá uma esperança, mas muda pra pior.

acho que virou o marco que é pela época que saiu, ou seja, não tinha muita concorrência.

linabinotti 09/10/2024

Como somos ignorantes
Acho que nunca em toda a minha vida tinha lido um livro com protagonismo trans. E pra ser bem sincera a escrita não foi um ponto alto pra mim, achei ela muito ?fraca?, perdão por não ter adjetivo melhor. E o que me choca é que justamente isso (somado ao final aberto e meio pacato dele) que me fez achar o livro tão fascinante.
Tudo foi extremamente real. Nada fantasioso ou romantizado e isso, essa ?chatice?, fez eu entender muito mais as coisas. Me senti ignorante em relação a causa e amei como o livro traz isso.
Ps: muito da minha opinião sobre ele se consolidou lendo o posfácio, acho que sem ela não teria pegado toda a ideia da obra e o achei esclarecedor e essencial pro entendimento da ideia da obra em si.
RECOMENDO!!
Ps 2: no caso não recomendo se vc estiver querendo algo mirabolante ou coisa do gênero, é uma
leitura bem mais ?tranquila? em relação a plot (se é que da dps dizer que teve um

Raissa.Vidal 07/10/2024

Esta não é uma história cis normativa
Um retrato realista da vida de uma mulher trans no período pós transição nos EUA. É muito interessante todas as reflexões delas e das outras personagens, você termina o livro se sentindo mais inteligente e percebe o quanto era ignorante em relação à complexa vivência de ser uma pessoa trans, solitária, com válvulas de escapes irresponsáveis e que há quem acredite que a solução para quem se reconheceu trans em algum momento da vida seja morrer. Simples assim, se destitui toda a humanidade e dignidade daquela pessoa por algo que ela não escolheu. Os diálogos são bastante vero mísseis com o vocabulário cotidiano, a tradução foi muito bem feita. Eu conheci a escritora na Bienal do Livro SP 2024, assisti a mesa dela e peguei autógrafo. Ela é uma querida, tenho fotinho e testemunhas que provam

Leitora Caótica 30/07/2024

"Nevada" está longe de ser a primeira narrativa trans, mas é tida por muitos leitores como um clássico queer e, nas primeiras páginas, entendemos o porquê.
Imogen Binnie realmente se afastou da jornada do heroi e mergulhou de cabeça na bagunça que é a mente de uma pessoa se descobrindo, lidando com traumas e escolhendo (sem muita bagagem) como será seu futuro.

O livro é dividido em duas partes. As histórias de Maria e James vão colidir em algum momento para nos mostrar quão intrincada é a cisnormatividade, quão heterogênea é a experiência trans e quão difícil é se descobrir quando, desde a sua infância, parece ter algo essencialmente errado com você.

Todas as questões levantadas, eu já ouvi diretamente de pessoas trans em maior ou menor intensidade, comprovando, mais uma vez, que dar voz à pessoas diversas é fundamental para derrubar barreiras que sequer deveriam ter sido construídas.

Resenha completa no instagram

site: https://www.instagram.com/p/C9NAhBoq4By/?img_index=1

Pequeno Johnny 18/04/2024

Um marco na literatura trans
Realmente, é um marco na literatura trans. Em toda literatura trans que já li (que, infelizmente, não foi tanta ainda) nunca li algo como o que escreveu Imogen. Trouxe uma outra perspectiva sobre mulheres trans. Até a linguagem é algo que nunca vi antes.

A leitura demorou um pouco para engatar, eu demorei pra entender os personagens e as suas motivações. Tudo era tão caótico, como um fluxo de pensamentos autodestrutivos.

Contudo, lá para mais da metade, a coisa muda. A leitura fluiu. Eu queria ler mais o que Maria tinha a falar. Verborragica e confusa, como uma pessoa que ainda está se descobrindo aos quase 30 anos.

Muitas falas ainda reverberam em mim, um dia depois de termidado o livro.

Isa 04/04/2023

Solilóquio de lugar nenhum
Francamente não ter NENHUMA resenha desse livro me é um pouco ofensivo pessoalmente falando porque eu já vi vocês lendo coisa pior.

esse livro é uma espécie de caos organizado, e seu maior triunfo é a simplicidade realista e, por vezes, tragicômica, dos personagens e seus mundos interiores. esse é um livro onde não acontece muita coisa. os personagens não conquistam nada de muito grandioso ou passam por transformações significativas de caráter. são apenas pessoas tentando lidar com a bagunça ferrada de si mesmos da melhor forma possível. é doloroso ver esse bando de otário ficar repetindo erro e se recusando a tomar a decisão certa? sim, mas é justamente isso que torna essa história tão cativante e singular.

ninguém é vilão, muito menos herói. suas decisões são motivadas por uns valores pessoais por vezes hipócritas por vezes ridículos. eles pensam demais, e não pensam o suficiente. o lenga lenga desse povo às vezes cansa, mas acho que aguentar a cabeça de qualquer jovem de 20 e poucos com crise de identidade é difícil. será que as coisas melhoram? não dá pra saber. só nos resta continuar vivendo, do único jeito que sabemos como.