spoiler visualizarloemia 11/03/2023
Nostálgico e Emocionante
?Quem nasce para cangalha não pega sela.?
?? Não quero pensar se tá certo ou não ? responde Mané Lopes.
? É ? prosseguiu o outro ?, não pensar parece que é melhor... Mas às vezes acho que é preciso.?
Seringal retrata a vida nos seringais em meados do século XX, locais esses que as leis não alcançavam. ?um outro mundo?. A narrativa perpassa por inúmeras histórias dentro de uma só obra, a vida de um órfão e sua ânsia pela liberdade, o coronel autoritário e paternalista, a jovem ultrajada, os homens que não pensam, o pobre Amâncio, os homens mortos, os crimes, a injustiça...
?Toinho julgava que todos os homens fossem seringueiros, vivendo sob as ordens de patrões e que todas as casa eram como o barracão, o armazém, as barracas, a escola. Seu Cazuza riu dele e contou-lhe das casas enormes, das cidades imensas. Gente e gente como formiga. De certo seringueiros e patrões. Prédios construídos de pedra, ruas coberta de asfalto. Toinho nunca viu uma pedra na vida, só conhece o tijolo de barro requeimado. Não faz ideia do asfalto e não consegue imaginá-lo, apesar das explicações do seu Cazuza. Perplexo, maravilhado, escuta falar de automóveis, de bondes, de telefones, de aviões. Coisas que parecem de outro mundo.?
Tudo me chamou atenção nessa história, nasci em um seringal, em uma época diferente, mas ainda sim acho que isso faz com eu me insira de alguma forma na história o que faz também com que eu me identifique com o Toinho que sonhava com a liberdade. Eu sonhava e sinto que esse sonho se tornou real pra mim, mas a libertação de que Toinho ansiava era em seu cerne, talvez fosse diferente da minha que era mais palpável, não que ele não quisesse desbravar o mundo fora dos seringais, porém antes de tudo ele queria desbravar a si mesmo, olhar dentro de si mesmo, e Toinho, como na parte final do livro descreve, toma consciência do que ele representa, ?como se nele se fundisse todo o sofrimento dos seringais.?